Além!

Porque o silêncio é às vezes o caminho mais dificil, é preciso encontrar avenidas de tambores a rufar entre tantas mordaças, para construir a sempre inacabada e desejada felicidade, de viver sempre a juventude presente. Tempo de desejo é sempre tempo de Futuro.

28 de fevereiro de 2010

Recupera rápido

que tudo corra bem, camarada.

E que a recuperação seja rápida.

Há muito para fazer e para lutar.

Contamos contigo!

Um abraço.

Tofes

Operário em construção


Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia…
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– “Convençam-no” do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que reflectia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objectos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fracturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

Ganham dinheiro com tudo!



Os bancos, as seguradoras, as farmacêuticas, ganham dinheiro com tudo, até com a morte.
  • Das farmacêuticas está praticamente tudo dito, inventam pandemias que não existem para aumentarem os seus lucros.
  • Das seguradoras também não há muito mais a dizer, toa a gente sabe como funcionam. – Boas a receber péssimas a pagar.Os bancos continuam a fazer dinheiro com tudo. Agora até com a morte.
  • A ideia dos génios financeiros é comprar lif settlementes, isto é, comparar as apólices dos seguros de vida dos idosos e doentes.
Wall Street quer titularizar a morte (+)

EGITO - Parque Al-Azhar - Citadel

Parque Al-Azhar, com vista sobre a cidade.
Em cima à esquerda está a Citadel, uma das principais mesquitas da cidade
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Fotos e comentários de H.G.

27 de fevereiro de 2010

Gripe A

O SILÊNCIO ENSURDECEDOR
Sempre é preciso sermos vacinados, ou não passou de uma brincadeira de mau gosto?

Para que servem os nossos impostos?

Vem isto a propósito de duas situações por mim presenciadas.
Esta semana desloquei-me, em trabalho, à Batalha, estacionei a viatura e estava na dúvida, por cinco minutos, tiro ou não tiro o talão de estacionamento?
Tirei porque a cada canto do parque estava um polícia de caderno e caneta afiada para passar as multas.
Paguei 0,50 cêntimos para evitar o pagamento de 30 euros de multa.
Então pus-me a pensar.
- Pago os meus impostos, descontados directamente no salário; pago imposto quando compro o carro; pago imposto para circular com a viatura; pago imposto na compra do combustível e ainda tenho de pagar imposto para estacionar quando estou a trabalhar para pagar esses impostos todos.
E pago imposto para garantir os salários das forças de segurança que estão ali, ao serviço de concessionárias privadas dos parquímetros, para nos sacarem mais uns euros de multas.
Outra situação foi presenciada no centro comercial Rino & Rino .
Um grupo de activistas sindicais, devidamente identificados com bandeiras da CGTP IN, distribuía comunicados alusivos à luta dos trabalhadores contra o congelamento dos salários, por melhores reformas, por uma nova política.
Um administrador interpelou-os, no sentido de os impedir de fazerem o seu trabalho. Os trabalhadores argumentaram que estavam a exercer um direito constitucional e que nada os podia impedir de continuarem.
O referido senhor retirou-se e em menos de 10 minutos apareceu uma brigada da polícia com intuitos intimidatórios.
Que democracia é esta?
Que liberdade existe?
Felizmente que há quem não se vergue que resiste e luta com coragem contra estes atropelos à liberdade.

26 de fevereiro de 2010

Tragédia da Madeira: Um desastre anunciado em 2008

Bastava ter ouvido os alertas!!!
"É indspensável e urgente que os portugueses, especialmente os madeirenses,
vejam este programa"

ARTIGOS QUE RECOMENDO:

Morreu um Revolucionário

Outros o conheceram melhor que eu e nada mais teria a acrescentar, não fosse este pequeno facto que é a marca de um Revolucionário:
-não tinha tempo para si.
Para além da sua Humildade já salientada, a sua Generosidade e Solidariedade colocava-o onde quer que a injustiça tentasse romper, e bem sabemos todos como esse escalracho medra nesse charco putrefacto para onde nos vão empurrando de mansinho.
E lá estava o Gregório incitando à resistência como forma de acumular forças para irmos à luta em busca de uma SOCIEDADE mais JUSTA.
Incansável em todos os momentos, a vida traíu-o nesta curva apertada.
Fazes-nos falta, Mário.
Morreu um Comunista!

EGIPTO - Pormenores da arquitectura

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124/125 = Pormenores da arquitectura do centro da cidade. Durante os finais do sécXIX e meados do sécXX, foram contratados arquitetos europeus para construir um outro centro mais próximo do Nilo, e o resultado foi uma mistura de estilos que, no conjunto, é harmonioso. Todavia, o crescimento demográfico levou a uma sobreocupação dos edifícios, e hoje muitos deles estão abandonados, quase a ruirem.
Autor: H.G.

A idade das perguntas...

PUBLICADA POR SAMUEL no Blog o "CANTIGUEIRO"
Já toda a gente deve conhecer pelo menos uma versão... mas não resisto a deixar aqui uma “misturas” das várias que já me chegaram, mais uma fotografia a condizer.

Durante uma visita a uma escola, José Sócrates dispôs-se a responder a algumas perguntas dos alunos.

- Vá lá, tu... como é que te chamas?
- Sou o Paulinho.
- Então o que é que queres saber, Paulinho?
- São só três perguntas:
Onde é que estão os 150.000 empregos que prometeu?
Porque é que assinou aquelas casas tão feias, lá na Guarda?
Sabe mesmo falar inglês técnico?

Entretanto toca a campainha e Sócrates propõe que as respostas fiquem para depois do intervalo. Quando recomeçou a aula Sócrates lembra:

- Parece que havia uma perguntas... tu, aí... como te chamas?
- Manel.
- Então pergunta lá, Manel.
- São só cinco perguntas:
Onde é que estão os 150.000 empregos que prometeu?
Porque é que assinou aquelas casas tão feias, lá na Guarda?
Sabe mesmo falar inglês técnico?
Porque é que a campainha tocou meia hora mais cedo para o intervalo?
Onde é que está o Paulinho?

25 de fevereiro de 2010

O compasso de espera

Como é habitual quando as coisas aquecem a Igreja recolhe-se em oração cumprindo o sábio princípio
«o silêncio é de oiro»

Perante um panorama social de catástrofe, com a espiral do desemprego e da fome a crescer irresistivelmente, nem mesmo assim sobe dos púlpitos o simples balbuciar de um apagado protesto em defesa dos direitos do povo e dos trabalhadores. No plano ético, cuja condução a Igreja tanto reclama, a mudez dos sacerdotes é também confrangedora. Entretanto, no dia a dia desta sociedade capitalista os escândalos sucedem-se a uma cadência alucinante. A Igreja «pára, escuta e olha», como nas passagens de nível... O voto de mudez do clero mantém-se rigidamente, mesmo quando as famílias recebem o «golpe de misericórdia» do imparável desemprego e, no lado oposto, os bancos têm lucros de 40 milhões por dia!... + aqui
do mesmo artigo:
Relações amor/ódio
Naturalmente que há, por outro lado, importantes interesses económicos que a Igreja tem que resguardar.
Por exemplo, as contra-partidas pagas pelo Estado às instituições católicas somam, anualmente, para cima de
90 milhões de euros em subsídios. Instituições essas que já recebem dotações anuais do Orçamento do Estado, de mais de 1000 milhões de euros ...
É evidente que os interesses económicos são importante mas os imperativos do prestígio e do poder da Igreja vêm em primeiro lugar. Assim, o desfiar do rosário do processo «Face oculta» acaba por chamar as atenções para o modo como, perante certas situações, o comportamento do clero católico pode ser, simultaneamente, flexível e inflexível, em questões de prestígio e de afirmação de poder.
artigo completo aqui

EGITO - Namoram e amam-se...

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Namoram e amam-se como todos os outros povos - ou talvez mais. Cairo tem 20 milhões de habitantes...
A estátua homenageia um dos governadores da cidade, e atrás situa-se a Ópera do Cairo.
Autor: H.G.

24 de fevereiro de 2010

Alcobaça - Necessidade de Melhoria da Rede da EDP

O vereador da CDU alertou nesta ultima reunião de câmara para a necessidade de melhoria da rede da EDP na zona da Lameira, Prazeres de Aljubarrota.
Moradores dizem-me que basta uma chuva fraca ou pequena ventania para faltar a energia 1h, 2h ou 3horas. 
«A vereadora Mónica Baptista confirma, tendo em conta que mora lá!»
Sr. Vereador(PSD) Hermínio Rodrigues faça a pressão respectiva!!!
Assunto relacionado:
O PCP considera que os recentes factos ocorridos na região do Oeste evidenciam as consequências inevitáveis do processo de privatização da EDP.
Entre 2005 e 2008 o investimento operacional na rede de distribuição de electricidade no nosso país não tem parado de decrescer. Enquanto em 2005 foram investidos 405 milhões de euros, em 2008 foram investidos menos de 284 milhões de euros. A quebra no investimento na rede de distribuição de electricidade foi de 30% nos últimos 4 anos. Refira-se ainda que embora cerca de dois terços do volume de negócios da EDP resulte da actividade que é desenvolvida em Portugal, de um investimento operacional total de cerca de 3,6 mil milhões de euros efectuado em 2008, apenas menos de 25% deste investimento foi efectuado em Portugal. Tal é demonstrativo da subalternização das necessidades do nosso país, face ao investimento que esta empresa realizou no estrangeiro.

Morreu um Revolucionário


Morreu, hoje, de paragem cardíaca o meu amigo e camarada Mário Gregório.

Com ele aprendi os primeiros passos na política.

Um camarada humilde, um lutador, um organizador, um Revolucionário.

Ficam os seus exemplos de coragem e determinação na luta por um mundo melhor.

Aqui deixo a minha sentida homenagem.

C.Tofes

EGITO - rua do mercado

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Outra rua do mercado, vendo-se ao fundo a arquitetura típica dos minaretes.
Autor: H.G.

António Barreto – A arte da “calhordice”


Artigo original em Samuel o "Cantigueiro" veja aqui
Sim, porque o verdadeiro calhordas não faz o que faz, à sorte. Sabe muito bem porque faz o que faz... e para quê. O verdadeiro calhordas, ao contrário do que erroneamente se possa pensar, tem uma missão a cumprir.

Lendo um texto do “Cravo de Abril”, em que mais uma vez é demonstrado, preto no branco, um dos milhentos casos de censura (de classe) selectiva e sem contemplações, praticados diariamente pela nossa comunicação social, tornou-se impossível deixar de tropeçar novamente no Doutor António Barreto, que desde bem antes do tempo em que se tornou, juntamente com Soares, a cara visível do ódio à Reforma Agrária, criando as condições que levariam à sua destruição e sendo moralmente responsável pelos vários crimes que então se cometeram, culminando no assassínio de dois trabalhadores agrícolas do Alentejo... desde bem antes, como dizia, sabe muito bem ao que veio.

O sociólogo, que é pago para dizer coisas sobre as mais variadas coisas, desta vez veio tecer considerações sobre a “liberdade de expressão”. Apesar de ter descoberto que «Hoje em dia haverá 2.500 a três mil pessoas cuja função, no aparelho de Estado, é organizar a informação e fazer a agenda política. Na televisão, nos jornais, na rádio, há uma verdadeira agenda política feita à volta do Governo, pelas agências e gabinetes de comunicação», concluindo, «Isto chama-se condicionar a opinião pública», acrescenta logo que, nomeadamente, porque é livre de escrever estas coisas nos jornais, «vivemos num país em que reina a liberdade de expressão».

Não fosse dar-se o caso de nós, os estúpidos, não entendermos a mecânica da coisa, acrescenta decididamente: «Não é verdade que condicionar a opinião pública seja a mesma coisa que retirar a liberdade de expressão».

Pois. Pode ser que não seja, doutor. Também dar grandes pontapés nas canelas e nos joelhos de alguém, não é a mesma coisa que retirar-lhe a liberdade de andar... mas dificulta como o raio que o parta, doutor!

23 de fevereiro de 2010

EGIPTO - mercado tradicional do Cairo

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Khan al Khalil, o principal mercado tradicional do Cairo, dédalo de ruas estreitas onde se encontra tudo o que se possa imaginar.
Autor H.G.

«Há procura do primeiro emprego»

... tenho vontade de crescer profissionalmente e ganhar experiência, embora haja dias em que me sinto muito desanimada e triste uma vez que não há oportunidades para os recém-licenciados.
Quando me chamam para alguma entrevista perguntam se tenho experiência e se não tenho, rejeitam-me logo. Mas se ninguém me dá oportunidade como querem que ganhe experiência? 

Depois disto pergunto o que quererá dizer o miúdo Paulo Rangel: 
“Aos 12 anos as crianças podem aprender uma profissão. 
È preciso quebrar quebrar tabu” 

Num mundo de mentiras e hipocresia ou com objectivos bem delineados? 

Quem aos 20 e tais termina os estudos e vê-se negro para arranjar trabalho, e quando este aparece de precário não passa. 

Os que já muitos anos de trabalho (e desconto) têm vêm-se na iminência de nunca ser reformados pois a reforma é adiada constantemente para além de agravada... muitos ficam pelo caminho, pois morrem mesmo antes de atingir tál idade. 

Como será possível apreviar os estudos de um adolescente para entrar no mercado de trabalho, mesmo que boa intenção seja tirar um curso profissional aos 12. 

O objecto prioritário passa por acabar com o desemprego, no imediato reformar mais cedo quem já está cansado e dar oportunidade aos jovens de 20 e tal.

Lançar a nossa economia onde nós temos um potencial natural: pescas e agricultura que por sua vez envolverá uma enorme actividade industrial... caminho aberto a criação de postos de trabalho.

Baixar os preços das energias/combustiveis e aumentar o poder de compra dos trabalhadores (ordenados condignos min. 750€/mês) desta forma estes iram aumentar o seu investimento criando o movimento necessário a economia...

22 de fevereiro de 2010

Madeira - Comunicado oficial do Governo Regional da para ser divulgado no estrangeiro

President of the Autonomous Regional Government of Madeira

Na madrugada do passado sábado ocorreram alguns chuviscos na Madeira. Algumas estradas ficaram com poças de água. As ribeiras correram mais velozes e arrastaram mesmo alguma lama.
Inexplicavelmente, algumas pessoas assustaram-se e morreram do susto. Mas o povo é sereno e tudo regressou à normalidade.
As lágrimas do Rúben Mikael no início do jogo no Estádio do Dragão ficaram a dever-se às saudades que ele sente da Madeira, pois manifestamente não está a adaptar-se à vida no Continente.
E o Cristinano Ronaldo, quando, depois do monumental golo, mostrou a camisola interior com a inscrição "Madeira", estava a promover turisticamente a nossa Região.
Portanto, os turistas podem vir que estamos preparados para os receber. Mas não venham já, porque estamos a acabar umas obrazitas de reparação e pinturas para tornar a nossa ilha ainda mais bonita.

de Eduardo Maia Costa, original aqui

algumas alterações feitas por + uma

EGITO - são bem evidentes os efeitos da erosão.

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Autor H.G.

Sementes do fascismo



Não posso deixar de reflectir nos resultados de séculos de poder quase absoluto do dinheiro sobre a vida das pessoas e da formatação das suas mentalidades.

No caso português, por exemplo, quarenta e oito anos de fascismo, seguidos de mais de trinta anos de governos de alguns falsos socialistas e sociais-democratas empenhados em atacar, destruir e fechar quase todas a portas que Abril abriu, resultam na situação de lamaçal político, social e ético em que vivemos.

Produziu um exército de falsos “enganados”, que vão votando sempre nos mesmos, ou que já nem votam sequer, pois habituaram-se ao “eu quero é o meu”, ao “eles são todos iguais”, ao “a minha política é o trabalho”, sendo que, se de algum benefício gozam, é sempre às custas das lutas travadas pelos outros... quase sempre companheiros de trabalho que desrespeitam diariamente, quando não desprezam mesmo.

Produz patéticas manifestações, como a deste fim de semana, juntando protestantes, evangélicos, católicos, militantes de extrema direita e outros que ainda sabiam menos do que estes porque é que ali estavam, todos muito preocupados com a “vida”, a “família” e “deus” (presumo que também com a “pátria), enquanto iam deixando escapar uma ou outra tirada mais carregada de ódio. Este tipo de manifestações, supostamente “movidas a religião”, têm pelo menos um aspecto positivo que é lembrarem-me o quanto esteve certo o miúdo de 14 anos que eu era, ao bater ruidosamente com a porta de uma destas “congregações”... para nunca mais.

De qualquer maneira, a semente de fascismo que mais me impressionou por estes dias, foi a que se instalou e germinou no cérebro de uma quase ex-operária da Delphi da Guarda. Falando para a televisão, à porta da empresa, praticamente certa de figurar na lista de centenas de trabalhadores que vão ser despedidos, produziu, mais palavra menos palavra, esta frase absolutamente obscena:

«Isto aqui já está de rastos. Já não há serviço para fazer. Eles levam tudo para os países onde a mão de obra é mais barata... mas temos que compreender... eu se fosse patroa também fazia o mesmo!»

Desanimar? Não… mas magoa!


21 de fevereiro de 2010

PCP solidário com povo da Madeira


Sobre a situação de catástrofe natural na Madeira
Durante a tarde deste Sábado, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP pronunciou-se sobre a situação de catástrofe na Madeira, em resultado do mau tempo que assola a região, onde se registam, numa dimensão ainda por confirmar, vítimas mortais, feridos e enormíssimos prejuízos materiais.
Face a pedidos de vários órgãos de comunicação social, o gabinete de imprensa do PCP disponibiliza assim os elementos principais da declaração de Jerónimo de Sousa:
“Uma palavra de solidariedade para o povo da madeira e muito em particular para as famílias das vitimas de uma intempérie que pela informações que dispomos assumem uma dimensão de catástrofe.
Queremos nesta hora difícil dizer que da parte do PCP tudo faremos para mobilizar os recursos e meios nacionais e comunitários que dêem resposta à dimensão dos problemas e prejuízos humanos e materiais envolvidos.
Nesse sentido o PCP irá propor no Parlamento Europeu o accionamento de uma ajuda de emergência e a inscrição no Orçamento de Estado para 2010 de uma dotação que permita á Administração Central mobilizar os recursos de ajuda extraordinária para os avultados ( e ainda difíceis de avaliar) prejuízos públicos e particulares.
Para lá da intervenção que na região – nas autarquias e na Assembleia Legislativa Regional – os eleitos do PCP estão a realizar, deputados eleitos pelo PCP no Parlamento Europeu e da Assembleia da República deslocar-se-ão nos próximos dias à Madeira para se inteirar da situação e das medidas excepcionais que ela imporá.”.

EGITO - espectáculo da Marisa


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Por coincidência, por esses dias houve um espectáculo da Marisa, ao qual tive a oportunidade de assistir.
Autor: H.G.

EGITO - entrada do museu

Entrada do Museu do Egipto. A partir daqui, as fotos são proíbidas.
No seu interior está um espólio gigantesco, que corresponde a uma das maiores civilizações que a Hmanidade conheceu. Mas calcula-se que outro tanto está espalhado pelos 4 cantos do mundo, fruto dos sucessivos assaltos de que foi vítima.
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Autor H.G.

Presidenciais

Para ver se aprendem
Apreciando alguns contornos do mal-estar criado aqui ou além pela intenção de candidatura presidencial de Fernando Nobre, quem porventura ainda consiga resistir à máxima segundo a qual o tempo que vivemos é aquele em que tudo se esquece e nada se aprende não pode deixar de registar uma coisa extraordinária: nem mais nem menos que os remoques, insolências, críticas e reservas que são lançados sobre o posicionamento dito «independente», distanciado dos partidos e expressão de «cidadania» que Fernando Nobre(*) enuncia e reivindica.
Curioso e educativo até mais não é que essa saraivada de remoques venha, com assinalável nitidez, de pessoas que passaram meses ou anos a tocar essa guitarrada em relação a Manuel Alegre, Helena Roseta e seus procéres, gostosamente atolados na desonesta asserção de que certos movimentos seriam de «cidadãos» mas já os partidos, pelos vistos, possivelmenteintegrariam não cidadãos mas robôs ou extra-terrestres. E. a este respeito, talvez convenha lembrar que a sigla MIC do movimento de Alegre quer precisamente dizer por extenso Movimento de Intervenção e Cidadania.
Moral da história: todo o discurso que dominantemente nos tem sido servido sobre os movimentos de «cidadãos» ou de«independentes» quando formulado manifestamente com excesso, falta de equilibrio e de rigor, não passa de uma rematadíssima treta. Seja hoje a respeito de Fernando Nobre seja ontem e anteontem a respeito de Manuel Alegre. E esta figura e os seus mais destacados apoiantes, se semearam, agora estão a colher.

(*) última hora: agora até descobriram que o senhor seria monárquico, coisa que ninguém «descobriu» quando foi mandatário do Bloco de Esquerda nas eleições para o Parlamento Europeu.
original aqui

20 de fevereiro de 2010

TGV

Temos Grande Vigarice
“O Povo anda entusiasmado com o TGV”
Os reformados, com as suas míseras reformas, que mal dão para os medicamentos, estão desejosos de embarcar no dito comboio para desembolsarem os 100 € numa viagem Lisboa/Porto.
Os Trabalhadores com o seu salário mínimo não vêm chegar o dia de poderem levara a suas famílias numa voltinha de TGV.
Não brinquem connosco, não enganem as pessoas.
A quem servem estes projectos megalómanos?
Aos grandes consórcios de empreiteiros e bancos que vão continuar a engordar quando a maioria do Povo está a empobrecer.
Quem vai utilizar o TGV?
O Povo que ganha miseravelmente?
De certo que não. Vão ser os executivos, banqueiros, administradores e empresários, os abastados deste país a usufruir daquilo que todos pagaram.
Não seria mais proveitoso investir nas várias linhas ao abandono por esse país fora?
Isso sim, desenvolveria as regiões, revitalizava a economia local, servia as populações e seria um incentivo para o turismo.
Esta corrida contra o tempo é de loucos.
Tudo tem de ser mais rápido; as máquinas obrigam os operários a trabalharem a ritmos extenuantes; o que comemos é confeccionado cada vez mais rápido, engordam-se porcos, vacas, galinhas, coelhos sempre mais rápido; oferecem-nos carros que vão dos  zero aos cem em poucos segundos ( porque quando vamos já lá devíamos estar); Os aviões são cada vez mais rápidos (França e Inglaterra tiveram de abandonar o CONCORD por ser incomportável); os comboios têm de ser cada vez mais rápidos, para enriquecer os empreiteiros ainda mais rápido e para os abastados se deslocarem cada vez mais rápido e exercerem o seu domínio sempre mais rápido.
Aí temos o TGV. Temos Grande Vigarice!

«Enquanto na Assembleia da Républica se discute, nas palavras do Eng. Socrates, o TGV, está o Governo, por esse País fora, a encerrar linhas de caminho-de-ferro» veja tb aqui

                                       ver imagem abaixo:




























EGITO - abrigos para os "construtores" das pirâmides?

Aparentemente sem interesse, estas ruinas fazem parte dos abrigos para os "construtores" das pirâmides, e encontram-se numa grande extensão do terreno, como é de calcular. O seu interesse vem da discussão que se faz actualmente na comunidade dos antropólogos, arqueólogos e historiadores, para definir se tais "construtores" eram ou não escravos...
Para construir o Convento de Mafra, grande parte da mão de obra foi trazida das prisões, outra parte foi arrebanhada pelo país fora a pretexto de qualquer futilidade. Isto no séc 18 DC. Imagine-se como seria nos milénios anteriores...
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Autor H.G.

Portugueses morrem de frio

Portugal é um dos países da União Europeia onde mais se morre por falta de condições de isolamento e aquecimento nas casas, segundo um estudo de especialistas da Universidade de Dublin que comparou 14 países europeus. A falta de condições de isolamento das habitações poderá ter estado na origem da morte de quatro idosos em Lisboa, no domingo, uma situação que a PSP já admitiu poder dever-se às baixas temperaturas que se fazem sentir. De acordo com a investigação, que analisou as potenciais causas da mortalidade no Inverno em 14 países europeus, «Portugal tem a maior taxa (28 por cento) de excesso de mortalidade no Inverno», seguido de Espanha e Irlanda, ambos com 21 por cento.

19 de fevereiro de 2010

EGITO - Keop, Kefren e Micerino

Keop, Kefren e Micerino, da direita para a esq. Situam-se em Giza - guiza - (que nós aprendemos como Gizé...) nos arredores do Cairo, tão nos arredores que a malha urbana está nos limites das pirâmides, o que lhes trás acrescidos problemas de erosão.
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Autor: H.G.

Sócrates «o cadáver político está aí, a família que o enterre»

Com a cadência de uma peça de relojoaria, José Sócrates é novamente sujeito de suspeição de actividade ilegal e ilegítima, tornando-se uma vez mais, e sempre pelas piores razões, motivo de todas as conversas. Não hà volta a dar, o homem é assim, tem azar. 

Qualquer pessoa medianamente informada da vida política portuguesa pode dizer de sopetão, sem grande risco de ser contrariado, uma ou duas dúzias de políticos a quem seria impossível baterem-lhe à porta tais azares. Há azares que acontecem sempre aos mesmos.

Agora, voltou a bater à porta de Sócrates o azar de amigos e destacados camaradas do PS o relacionarem, em comunicações vigiadas pela Polícia Judiciária no âmbito da investigação «Face Oculta», com um alegado plano que visava interferir em vários órgãos da comunicação social e afastar uma jornalista e o director da TVI daquela estação televisiva. O Procurador e o Juiz de Instrução do processo «Face Oculta» vêem nesse alegado plano indícios de um atentado «contra o Estado de Direito».

Perante tão gravíssima situação, dez dias passados sobre o conhecimento público generalizado destes factos, Sócrates, secretário-geral do PS e primeiro-ministro de um seu governo, «aos costumes disse nada» e remete-se a um silêncio comprometedor, que incomoda já camaradas de Partido e preocupa adversários políticos.

16 de fevereiro de 2010

Carnaval

Quando o pobre é pobre até os cães lhe mijam nas pernas.
Nem os santos todos juntos salvaram o carnaval deste ano.
Mais uma vez os deuses estiveram do lado errado.
Os ricos, os abastados lá foram para o Brasil ou para outras paragens onde o Deus Sol
Se encarregou de lhes proporcionar umas belas férias.
Os pobres ficaram em casa porque a chuva e o frio não permitiu grandes folias carnavalescas.
Até o Sócrates e os seus comparsas foram ajudados pelos deuses.
O Povo não pôde sair à rua para a sua critica mordaz deste carnaval da governação.

15 de fevereiro de 2010

Notas acerca de uma década perdida

Guterres pediu sacrifícios aos portugueses prometendo dias melhores para um futuro próximo, em nome da necessidade da adesão ao Euro e da necessidade de se cumprir o "Pacto de Estabilidade e Crescimento". Acabou no "pântano". Seguiu-se-lhe Durão Barroso com o discurso da "tanga", mais sacrifícios pedidos, acabou na doçura do Conselho Europeu. Seguiu-se-lhe o parêntesis de Santana Lopes e depois Sócrates que com a ajuda do Banco de Portugal se serviu outra vez do défice orçamental, para continuar a política de privatizações, de austeridade para com os trabalhadores e de generosos apoios ao grande capital, designadamente ao capital financeiro. Foram mais dez anos de política de concentração de riqueza nas mãos de meia dúzia de famílias e sempre com a lenga lenga do "menos Estado", isto é, menos Estado para os trabalhadores e camadas médias e mais Estado para os grandes senhores do dinheiro.http://resistir.info/portugal/carvalhas_06fev10.html

Eta em Portugal


Seria demasiado escandaloso inventar uma Al Quaeda – isso é coisa de americanos. 

Durante vários dias bombardearam-nos com notícias sobre a Eta em Óbidos. 

Não faltaram reportagens em directo com os pormenores da casa, dos explosivos encontrados, aos testemunhos de vizinhos – Por acaso todos polícias ou reformados do exército. 

“ Estes Etarras deviam ser estúpidos que foram instalar-se numa zona residencial de polícias, saíram da casa deixando luzes e portas abertas com explosivos lá dentro” 

O medo está instalado – não há ninguém que não conheça o assunto – até minha mãe com 75 anos e que não sabe uma letra do tamanho de um comboio me referiu que há “terroristas” em Óbidos.

A receita já é velha – fabricam-se notícias sensacionalistas e aterradoras para poderem implantar medidas securitárias e restringir as liberdades.
A propósito da vinda do papa a Portugal está a ser montada a maior operação de segurança jamais vista no nosso país.
Uma boa ocasião para as e empresas de segurança privadas (propriedade dos senhores Ângelos Correias e outros que tais) facturarem mais uns milhões de euros.

14 de fevereiro de 2010

Os Ciganos

Os ciganos fogem ao fisco, pagam poucos impostos?
- É Verdade que assim é.
E quantos milhares de produtos, por esse país fora, são vendidos sem factura para não pagarem impostos?
E osbancos que  pagam taxas irrisórias e trabalham em paraísos fiscais para não contribuirem para o bem comum mas apenas para encher os bolsos dos accionistas?
Se o cigano rouba uma couve , para matar a fome aos filhos, lá estão as televisões a noticiara que um grupo de etnia cigana roubou isto e aquilo…
Quando há roubos de milhões, nos bancos, bnas empresas do Estado e outras, são considerados desvios ou fraudes.
O s ciganos, não a maioria, recebem o Rendimento Mínimo, pouco mais de 300 euros por família?
Recebem e é justo que recebam – são portuguesses pobres como tantos outros.
Então e os salários chorudos dos administradores de empresas, bancos publicos e privados e que recebem indminizações astronómicas quando eles próprios se vão embora?
- Isto não é escandaloso?
- Isto não é roubo?
- e o cigano é que é o ladrão.

13 de fevereiro de 2010

Privatização sim ou não?

Esta continua na ordem do dia. Sector que movimente milhões lá estão os “glutões” a querer retirar vantagens. 
O governo de turno dá-lhes a papinha na boca, antes mesmo de entregar o ouro ao bandido congela os salários e esvazia a casa. 
O “glutão” por sua vez não assume compromisso com quem contrata mantendo todo o tempo quem trabalha num mundo de insegurança/instabilidade... de acordo com o agravamento das leis laborais feitas pelo PS. 
O que lhe interessa é apenas o lucro máximo.

Menos Estado, melhor Estado é a cantilena da direita para dar “melhor estado” aos “glutões”, através de sucessivas benesses fiscais e outras, e dar menos Estado às populações, dificultando o acesso aos serviços públicos, impondo taxas moderadoras, etc.
Menos Estado não significa mais cidadania, mais dinamismo econômico, nada disso, mas sim menos cidadania, logo menos direitos.
O combate da direita contra o Estado pretende evitar a regulação da livre circulação do capital, evitar a implementação de uma verdadeira justiça fiscal, pretende implementar a total flexibilização para contratar força de trabalho nas condições que os empresários entendam, privatização de patrimônio publico, entre outros.
O Estado que eles gostam , é o que lhes fornece a eles subsídios, isenções, créditos, perdões de dívidas. 
O povo quer mais Estado, bem gerido, porque sabe por experiência própria, que é quem garante seus direitos, promove o equilíbrio social, garante a igualdade no acesso aos serviços públicos: Saúde, Ensino, Justiça, etc.

Verifique em relação à privatização o que os Portugues pensam »»»

12 de fevereiro de 2010

O papel das ONG

Com a aproximação das datas da visita a Portugal de Joseph Ratzinger, convirá ter-se uma perspectiva do prestígio de que a Igreja Católica beneficia junto das populações da Europa. Sabe-se que este está em queda acentuada, mesmo em países tradicionalmente considerados seus bastiões, como é o caso da França, da Áustria ou da Irlanda.
Em França – «a filha primogénita da Igreja» – onde tem dominado um clero vincadamente tradicionalista, a quase totalidade dos cidadãos era considerada católica praticante (as estatísticas oficiais de 1965 referiam percentagens de frequência dos cultos da ordem dos 82%). Números recentes do Instituto Francês de Opinião Pública registam uma descida de 17% do número de cidadãos que se autodefinem como católicos. A queda percentual é muito mais acentuada em relação aos praticantes que frequentam regularmente as missas: apenas 4,5% dos crentes assiste a cerimónias religiosas. 
Na Áustria, o panorama é idêntico. Nos últimos anos, mais de 50 mil católicos têm vindo a abandonar anualmente a Igreja, sendo já da ordem do milhão aqueles que desertaram. Contra os 81% de católicos contados em 1961, as estatísticas mais recentes registam apenas 66% de população crente. Note-se que tão grande era a força e o prestígio da igreja austríaca que a todos os contribuintes era descontada pelo Estado um imposto religioso. Hoje, a população prefere sair da Igreja a ter de fazer esse pagamento ao fisco!
Mas há outras razões a ter em conta:

O Engenheiro José

11 de fevereiro de 2010

Eles não têm ilusões, só perversões!

«Assim era no passado e assim ainda continua no presente»
«Desde o tempo de Salazar que um grupo de talvez 40 famílias - que controla a maioria da riqueza do País - desempenha um papel decisivo no exercício do poder político. A sua posição é derivada do seu controlo da economia, propriedade de meios de comunicação social, representação nos corpos legislativos, e a sua estreita ligação com os cargos superiores do Governo. Consequentemente, a política do governo tem reflectido as posições conservadoras deste grupo nos planos político, económico e social.»
Este texto tem 36 anos. Pertence a um dos relatórios secretos
da CIA sobre Portugal realizados em 1974, e que a Associação 25 de Abril tornou público no seu site. 
Assim se constata que o que a CIA escreve nos seus relatórios secretos e o que a CIA manda escrever pelos seus analistas (que ontem como hoje enxameam a Comunicação Social) são duas coisas diferentes. É a diferença entre informação e propaganda.

10 de fevereiro de 2010

Orçamento do Estado para 2010 agrava a situação do pais

O combate ao défice é a desculpa do governo e da direita para exigir mais sacrifícios aos trabalhadores e ao povo português.



Este não é o Orçamento que resolve a crise, mas sim que agrava as injustiças sociais, impõem a diminuição real dos salários dos trabalhadores, retoma a ofensiva contra os serviços públicos, prossegue o caminho do agravamento das reformas e do combate ao desemprego, alarga as privatizações de empresas públicas, e nada exige dos que mais têm beneficiado, aumentando os seus lucros, na actual crise.

Relembrando Brecht

Todos sabemos como tudo isto começou: 

Sindicalistas indentificados pela polícia quando usavam o seu direito de protesto; estudantes que responderam em tribunal por utilizarem a liberdade de expressão; trabalhadores reprimidos por reivindicarem o direito ao trabalho; invasão das sedes sindicais pela polícia para tentarem identificar quem se dirigia às manifestações; militantes comunistas impedidos de usarem o direito de propaganda, enfim, a própria actividade institucional do PCP permanentemente silenciada em toda a comunicação social. 

Este foi o caldo de cultura que marinou todo o primeiro mandato da governação PS/Sócrates, com alguns – leves – estremecimentos de algumas consciências mais sensíveis perante os protestos dos atingidos. 

Só depois do episódio do Prof. Charrua é que os pergaminhos democráticos de alguns cidadãos, incluindo dirigentes políticos, vieram ao de cima, num clamor de virgens enganadas por vendedores de banha da cobra. Agora, perante este pântano fétido em que a Democracia se vai atolando, gritam hipocritamente “eu bem avisei, mas ninguém me ouviu!”. 

Houve de facto quem alertou, quem avisou, quem chamou a atenção para o que estava a fermentar. A “Marcha pela Liberdade e Democracia” em Março/2008 organizada pelo PCP em Lisboa foi disso um exemplo. 

É verdade que a situação actual é ainda mais grave. Quando o próprio poder judicial contribui para confundir o cidadão, só podemos esperar o pior. Se este órgão não contribui para a solução do problema, então passa a fazer também parte desse problema, e isso é assustador. 

Perante tudo isto, não me admira nada que dentro em breve sejamos chamados à luta eleitoral. Vai ser necessário um esforço muito grande para sensibilizar tantos homens e mulheres democratas a alterarem o seu sentido de voto e contribuírem para uma alternativa credível. Mas vai ser um trabalho empolgante.