Enfim, meu filho, a luta pela vida! Luta bem vã, quando se empreende com uma pena na mão, em língua portuguesa. Todo o meu erro foi, quando era moço e forte, não estabelecer uma mercearia, para o que, aliás, tenho jeito e gosto. Estava agora gordo e sossegado como o toucinho que cobriria o meu balcão, e quando tu por lá aparecesses eu diria com deliciada superioridade: «Oh, Senhor Conde, temos agora aí um queijinho que é de se lhe arrebitar a orelha». E seria o céu aberto. Mas, enfim, agora é tarde para chorarmos sobre carreiras erradas...
Eça de Queiroz, Correspondência (1897)
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