“Alfredo” paga para trabalha!
“Alfredo” é um
operário fabril que passa dez horas agarrado a uma prensa fabricando telhas,
trabalha por turnos de dia e de noite e tem de fazer uns biscates para poder
sobreviver.
O “Alfredo” ganha 530 euros por mês, gasta uns 100 euros de
gasolina para ir trabalhar, gasta cerca de 150 euros por mês na sua
alimentação, mesmo levando o comer de casa, sobram-lhe 280 euros para pagar a
prestação da casa, para alimentar as duas filhas de 10 e 16 anos.
A empresa onde o “Alfredo” vende a sua força de trabalho tem
uma situação desafogada, uma das melhores da região mas não perde oportunidade
para baixar os rendimentos de quem trabalha: anteriormente “Alfredo” e os
restantes trabalhadores (mais de 100) recebiam 25 euros extras por cada domingo
trabalhado e recebiam também o subsídio de alimentação em tempo de folga, a
pretexto da crise esses suplementos foram retirados; recentemente, também a
pretexto da crise mas a empresa precisa que os trabalhadores trabalhem para
além das horas normais, as horas extras que eram pagas em dinheiro passaram a
contar para o banco de horas e a serem utilizadas de acordo com a
disponibilidade da empresa e não de acordo com as necessidades dos
trabalhadores. “Alfredo” e outros quatro trabalhadores do mesmo turno recusaram
fazer horas extras se não forem pagas em dinheiro. “Alfredo” e os restantes
colegas receio serem penalizados e discriminados por tal a posição de força.
Mas “Alfredo” tem consciência de que já tem pouco a perder e vai levar a sua
posição atá às últimas consequência.
Para alguns “papagaios” que enchem a boca com a defesa dos
trabalhadores não basta aparecer de quatro em quatro anos a fazer campanha
eleitoras e distribuir uns panfletos, é necessário conhecer a realidade do dia
a adia de quem vive uma vida de miséria, que se esfola a trabalhar mas que não
vê resultado do seu esforça. É preciso estar lá, conhecer no concreto cada
situação, falar muito e permanentemente com os operários, com os trabalhadores
e encaminhar o seu descontentamento no sentido da luta efetiva através das
organizações de classe que os representam.
Nota final – infelizmente a ditadura burguesa que se
implantou em Portugal não me permite divulgar o nome real do “Alfredo” sob pena
de amanhã não ser impedido de ocupar o seu posto de trabalho que apesar de mal
remunerado é necessário para pagar o pão do dia a dia.
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