Homens e mulheres de
pele queimada pelo sol e mãos calejadas
de tantos e tantos anos a varrer, a limpar, a cuidar de ruas e jardins, a
reparar esgotos e canos de água, de sistemas eléctricos e tantos outros que
trabalham nas mais variadas tarefas, desfilaram debaixo de chuva intensa para
protestarem e reivindicarem salários
dignos de quem trabalha, progressão nas carreiras, e tantos e tantos direitos
que lhe têm sido roubados.
Desta vez não senti
que fosse um passeio na avenida de copo de cerveja na mão para reencontrar
amigos que há mais de uma ano não se
encontravam, desta vez vi gente determinada a lutar pelo que lhes é devido. Desta
vez vi uma grande massa de homens e mulheres que executam os trabalhos mais
duros, mais sujos, mas que ganham salários de miséria ao nível do mínimo
nacional ou pouco mais.
Funcionários
públicos são também aqueles que quase não se dá por eles, são os que trabalham
noite dentro para recolherem o lixo que todos produzimos, que varrem, que conduzem
máquinas, que recebem as crianças nas escolas, que lhes dão os almoços e que
sem eles as escolas não funcionam, são os auxiliares do sistema de saúde que
também sem eles não há hospitais que funcionem, são estes e tantos outros que
têm sido caluniados, mal tratados, marginalizados por sucessivos governos
apostados em liquidarem tudo o que é público para beneficio do que é privado.
Também ali estavam
protestando centenas ou milhares de professores que reclamam dos horários
excessivos, contra a precariedade, contra a bandalheira em que se encontra o
ensino em Portugal.
Ali estavam as
gentes que trabalham, os trabalhadores em funções públicas. Os colaboradores
ficaram a lamber as botas aos chefes e superiores.
Sim , esta foi uma
manifestação diferente, foi uma manifestação combativa para dizer não à paz
social, foi uma manifestação de protesto e reivindicação. Espero que muitos
tenham percebido a mensagem!
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