Além!

Porque o silêncio é às vezes o caminho mais dificil, é preciso encontrar avenidas de tambores a rufar entre tantas mordaças, para construir a sempre inacabada e desejada felicidade, de viver sempre a juventude presente. Tempo de desejo é sempre tempo de Futuro.

12 de maio de 2010

Fartar Vilanagem

Com uma ironia arrasadora, Correia da Fonseca desmonta as medidas que a informação única ao serviço do grande capital propõe para a superação da crise.


Foi há trinta e seis anos. Passara pouco mais de um mês sobre o 25 de Abril quando surgiu, entre muitas outras, uma novidade: foi instituído pela primeira vez no nosso País o salário mínimo nacional.

Não era então a altura propícia, é claro, a que vozes indignadas se levantassem contra essa medida que, como claramente se entende, atentava contra a liberdade do patronato pagar aos seus empregados o que muito bem lhe apetecesse, sendo que o que mais apetecia a muitos patrões era não pagar nada. E, de facto, até então não eram poucas as vezes em que os trabalhadores se conformavam a quase nada receberem.

Uns anos antes, uma frase escrita por Fernando Namora num dos seus romances caracterizara a situação: «Um homem, quando precisa, até põe o pescoço debaixo de um serrote». Nas décadas que antecederam Abril houve em Portugal muitos e muitos milhares de homens e de mulheres, que precisavam, e por isso aceitavam trabalhar por quase nada. Essa situação de reconforto empresarial foi obviamente extinta com a implementação de um salário mínimo.

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