Além!

Porque o silêncio é às vezes o caminho mais dificil, é preciso encontrar avenidas de tambores a rufar entre tantas mordaças, para construir a sempre inacabada e desejada felicidade, de viver sempre a juventude presente. Tempo de desejo é sempre tempo de Futuro.

28 de outubro de 2015

“Alfredo”, “ o Mário”, “o Joaquim”, “o António”, “o Miguel”, e mais de cem operários que pagam para trabalhar. Pagam para trabalha!

“Alfredo”, “ o Mário”, “o Joaquim”, “o António”, “o Miguel”, e mais de cem operários que pagam para trabalhar. Pagam para trabalha!
Na região, ligada ao mesmo ramo, mais uma empresa onde mais de cem operários não recebem salários há mais de três meses.
Não há dinheiro para os salários de quem trabalha mas há muito dinheiro para luxos, para viagens e lojas para amantes, carros de grande cilindrada, autocaravanas.
Todos os dias os operários continuam a deslocar-se para o trabalho e produzem normalmente, pagando dos eu bolso o combustível e alimentação do dia-a-dia.
Anteriormente era afixada a lista dos trabalhadores, seus salários e montantes dos vencimentos a pagar por transferência bancária. Actualmente a lista continua a ser afixada com indicação de que os ficheiros foram enviados ao banco para respectivo pagamento dos salários, a diferença é que não o banco não paga porque o dinheiro não existe. Não pagam e ainda gozam com quem trabalha.
Há fome, há miséria e perda de habitação por falta de pagamento das prestações aos bancos. Há cortes na água e luz eléctrica porque os trabalhadores não têm dinheiro para pagamento das facturas.
A empresa continua a produzir normalmente, exporta parte da produção mas o dinheiro não chega aos bolsos de quem produz.
As autoridades nada fazem e são coniventes com os patrões que pouco ou nada se importam com a vida de quem trabalha.







25 de outubro de 2015

“Alfredo” paga para trabalha!

“Alfredo” paga para trabalha!

 “Alfredo” é um operário fabril que passa dez horas agarrado a uma prensa fabricando telhas, trabalha por turnos de dia e de noite e tem de fazer uns biscates para poder sobreviver.

O “Alfredo” ganha 530 euros por mês, gasta uns 100 euros de gasolina para ir trabalhar, gasta cerca de 150 euros por mês na sua alimentação, mesmo levando o comer de casa, sobram-lhe 280 euros para pagar a prestação da casa, para alimentar as duas filhas de 10 e 16 anos.

A empresa onde o “Alfredo” vende a sua força de trabalho tem uma situação desafogada, uma das melhores da região mas não perde oportunidade para baixar os rendimentos de quem trabalha: anteriormente “Alfredo” e os restantes trabalhadores (mais de 100) recebiam 25 euros extras por cada domingo trabalhado e recebiam também o subsídio de alimentação em tempo de folga, a pretexto da crise esses suplementos foram retirados; recentemente, também a pretexto da crise mas a empresa precisa que os trabalhadores trabalhem para além das horas normais, as horas extras que eram pagas em dinheiro passaram a contar para o banco de horas e a serem utilizadas de acordo com a disponibilidade da empresa e não de acordo com as necessidades dos trabalhadores. “Alfredo” e outros quatro trabalhadores do mesmo turno recusaram fazer horas extras se não forem pagas em dinheiro. “Alfredo” e os restantes colegas receio serem penalizados e discriminados por tal a posição de força. Mas “Alfredo” tem consciência de que já tem pouco a perder e vai levar a sua posição atá às últimas consequência.

Para alguns “papagaios” que enchem a boca com a defesa dos trabalhadores não basta aparecer de quatro em quatro anos a fazer campanha eleitoras e distribuir uns panfletos, é necessário conhecer a realidade do dia a adia de quem vive uma vida de miséria, que se esfola a trabalhar mas que não vê resultado do seu esforça. É preciso estar lá, conhecer no concreto cada situação, falar muito e permanentemente com os operários, com os trabalhadores e encaminhar o seu descontentamento no sentido da luta efetiva através das organizações de classe que os representam.

Nota final – infelizmente a ditadura burguesa que se implantou em Portugal não me permite divulgar o nome real do “Alfredo” sob pena de amanhã não ser impedido de ocupar o seu posto de trabalho que apesar de mal remunerado é necessário para pagar o pão do dia a dia.