Além!

Porque o silêncio é às vezes o caminho mais dificil, é preciso encontrar avenidas de tambores a rufar entre tantas mordaças, para construir a sempre inacabada e desejada felicidade, de viver sempre a juventude presente. Tempo de desejo é sempre tempo de Futuro.

7 de agosto de 2020

Os mistérios da monstruosa explosão de Beirute

Aexistência de 2750 toneladas de nitrato de amónio num armazém no porto de Beirute pode justificar, segundo os especialistas, a extensão da catástrofe registada na tarde de 4 de Agosto e o seu trágico balanço parcial de 150 mortos, mais de cinco mil feridos e de 300 mil desalojados. O que parece mais difícil de explicar é o estranho cogumelo observado sobre o local na sequência das explosões, em vez das esperadas nuvens de fumo em dispersão, seguido por uma vaga gigantesca no mar e um abalo sísmico de 3,5 na escala de Richter – eventual causador de grandes estragos em redor, juntamente com o sopro do rebentamento. O que terá acontecido, de facto, em Beirute?
É muito mais fácil enunciar perguntas do que encontrar respostas, sobretudo num caso em que provavelmente estas não venham a ser dadas, pelo menos em termos de explicar o que efectivamente sucedeu. O Líbano sempre foi a terra mártir de muita violência e poucas explicações.

6 de agosto de 2020



Estima-se que em todo o mundo  existam 152 milhões de crianças em trabalho infantil, sendo 72 milhões em trabalhos perigosos.

Crianças de menos de oito que começam todos os dias a trabalhar bem cedo todo o dia partindo tijolos a troco de 0,53 dólares.

Crianças que não vão à escola, crianças que nunca vão ser crianças, que nunca vão ser adolescentes, crianças que raramente vão chegar a adultos.





5 de agosto de 2020

Um Chicharro Cavaleiro- Uma Cavalgadura !

Sr. Chicharro, pode sempre impor umas portagens entre Alcobaça e Nazaré e passarem a fazer a saída dessa vila por mar, não têm outra alternativa, pelo menos dão alguma utilidade ao Porto de abrigo.

É estranho que o Sr. Chicharro esteja agora tão preocupado com a propagação do vírus, oriundo de uns inconscientes de Alcobaça que se lembraram de fazer um churrasco e foram para a Nazaré para infectar aquilo tudo, quando o mesmo Chicharro, já em plena pandemia, não teve qualquer problema em ir almoçar com o Sr Adriano Maranhão, o que se previa ser o primeiro infectado do país, e toda a comitiva,   a um restaurante de Alcobaça cheio de gente. Lembrar aqui o que o Sr. Chicharro na altura divulgou:

"O Presidente de Câmara da Nazaré, Walter Chicharro, anunciou que irá estar no aeroporto, ao lado da esposa de Adriano, Emmanuelle Maranhão.

“Lá estarei a recebê-lo com um grande abraço, porque é um dos nossos”, explica, acrescentando que os serviços de apoio psicológico que o Município da Nazaré tem disponibilizado a toda a sua família “serão também assegurados para ele”. 
"Sobre a chegada a Portugal do nazareno, o presidente da Câmara da Nazaré “apela à calma” e à necessidade de privacidade do cidadão em fase de recobro, evitando “a pressão” quando estiver em casa."
Grave, Sr. Presidente da câmara da Nazaré, foi o Sr., sem saber a situação concreta de um possível infectado, ter cometido um desleixo destes. Ou talvez tenha sido para evitar problemas de contágio na Nazaré?

Monte de São Bartolomeu


Monte de São Bartolomeu, próximo da vila da Nazaré, É uma elevação de origem magmática que emerge no meio de uma paisagem dunar coberta pelo pinhal de Leiria, considerado, por isso, uma “ilha” de flora mediterrânica, que se destaca do pinheiro bravo dominante na região.. No topo, entre grandes penedos, ergue-se a capela de São Brás e São Bartolomeu que fazia parte de um eremitério cujas dependências privadas e o pequeno adro público são, ainda hoje, perceptíveis.



orago da capela está relacionado com um episódio da Lenda da Nazaré no qual se conta que, no ano de 711, quando o rei Rodrigo e frei Romano ali chegaram, fugidos dos muçulmanos vencedores da batalha de Guadalete, traziam consigo a sagrada imagem de Nossa Senhora da Nazaré e um pequeno cofre, em marfim, com relíquias de São Brás, de São Bartolomeu.
No chão da capela existem duas lajes sepulcrais. Nas suas inscrições lê-se:
AQUI JAZ; D. JOAQUINA NUNES CASCAIS DE ABREU; NATURAL DA CIDADE DO MARANHÃO;.. NASCEO; A 25 DE JANEIRO DE 1801; FALECEO EM O SÍTIO DA NAZARETH; NO 1º DE SETEMBRO DE 1839; CAZADA COM; JOSÉ ANTONIO D'ABREU; O QUAL; MANDOU COLOCAR ESTA LAPIDE; EM TESTEMUNHO; DE SUA PUNGENTE DÔR; E ACERBA SAUDADE.
O texto da outra lápide foi transcrito para português actual:
AQUI JAZ O VIRTUOSO IRMÃO MANOEL, ERMITÃO DESTE MONTE, DE PÁTRIA INCÓGNITA. MORREU NA PEDERNEIRA A 13 DE FEVEREIRO DE 1849. FOI ACOMPANHADO PARA ESTE MONTE PELA FILARMÓNICA DA NAZARÉ E POR MAIS DE 500 PESSOAS. FOI O RESTAURADOR DESTE MONTE. MODIFICOU A SUA SUBIDA E FEZ A CASA DE HOSPEDARIA E COZINHA E MUITAS OBRAS NA CAPELA. D. EMÍLIA CEZAN DA CÂMARA, RESIDENTE NA QUINTA DE ALPOMPÉ LHE MANDOU PÔR ESTA CAMPA PARA ETERNA LEMBRANÇA. ANO DE 1859.
Acerca do irmão Manoel sabe-se, que chegou ao Monte em 1840. Nesta época, e durante muito mais tempo, o Monte inspirava grande receio pois ali se acoitavam assaltantes tendo sido o roubo mais "mediático" aquele que envolveu o assassinato do Barão de Porto de Mós, a 24 de Setembro de 1867.
Foi restaurador do monte, modificou as subidas, fez a casa da hospedaria e a cozinha. Fez várias obras de recuperação da capela.
O Monte merece uma visita atenta. O interesse da flora local mereceu-lhe, em 1979, o estatuto de “Sítio Classificado”. A vegetação é variada, testemunho de antigas associações florísticas ricas em elementos mediterrânicos. Entre as espécies vegetais predominantes encontram-se o carrasco, o medronheiro e o aderno. Na avifauna pode admirar-se o Peneireiro e a Águia de Asa Redonda.
Local de uma secular romaria a S. Brás, realizada anualmente a 3 de Fevereiro, festa profano-religiosa, que marca o início dos Festejos de Carnaval.


4 de agosto de 2020

O Inocêncio e o Fernando


O Inocêncio e o Fernando são dois irmãos de etnia cigana que há muito anos chegaram a Alcobaça trazidos pelos pais que entretanto faleceram.

Instalaram-se em duas rudimentares barracas que foram construído com restos de madeira que foram encontrando.

Os dois irmãos sofrem de doença mental, sendo o Fernando o que menos autonomia tem passando os dias deitado e de noite vagueia pela cidade.

O Inocêncio tem a sua autonomia: compra a sua comida e para o irmão; lava-se no rio, corta o cabelo e a barba, apresenta-se limpo e asseado.
O Inocêncio não quer ajudas de ninguém, critica o irmão por ser desmazelado, é um rapaz desconfiado e solitário mantendo as suas rotinas diárias.

Vivem com um pequena pensão de invalidez com um valor próximo dos 500 euros para os dois. Durante vários anos era um funcionário dos CTT, chefe da delegação, que todos os meses levantava a reforma e entregava metade ao Inocêncio ficando com o restante para seu proveito próprio. Foi denunciado pelos colegas de trabalho, foi-lhe movido um processo disciplinar e foi transferido para outra delegação de uma das freguesias do concelho de Alcobaça.
É lamentável que este ladrão sem escrúpulos nunca tenha sido criminalizado e obrigado a devolver o que roubou.

A partir de 2015 o Ministério Público tomou conta do caso e nomeou um tutor/tutora que responde pelos assuntos dos dois irmãos.
Tem sido um processo longo e difícil de resolver porque por um lado o Inocêncio não aceita alterações na sua vida, não quer sair do ambiente onde toda a vida viveu. Por outro as várias instituições nunca fizeram tudo o que estava ao seu alcance para melhorarem a situação dos dois irmãos.

Alguns alcobacenses, por caridade, têm levado esporadicamente comida, dois ou 3 visitam os irmãos nas barracas, tiram fotos do pouco que há mostrar e afirmam nunca terem tido problemas com os dois rapazes.

O Fernando e o Inocêncio são pessoas pacíficas, vivem a sua vida sem incomodarem ninguém.

Recentemente o Inocêncio queixou-se de dores num ombro, foram solicitados os bombeiros, tentaram levá-lo ao hospital mas recusou. Deixou de habitar a barraca e fica de noite ao relento tendo por “cama” uma caixa de cartão. Deixou de se alimentar e de cuidar de si próprio e do irmão.
De acordo com a Lei, nenhum cidadão pode atentar contra a vida de alguém ou de si próprio. Perante esta questão e com esta situação criada as autoridades decidiram agir e em conjunto conseguiram que os dois irmãos fossem encaminhados para uma consulta no hospital de Leiria. Apesar de terem vivido mais de 20 anos numa situação precária e de miséria o Fernando e o Inocêncio são saudáveis fisicamente.

Desde 30 de Junho que o Inocêncio e o Fernando foram acolhidos numa instituição onde lhes são proporcionadas condições de vida que nunca tiveram.
É fundamental conseguir que o Inocêncio e o Fernando sejam acompanhados no sentido de se ambientarem e adaptarem à sua nova condição e tenham um futuro bem diferente e melhor daquele que tiveram nos últimos 20 anos.





SPAL-Sociedade de Porcelanas de Alcobaça


Fundada em 1965 é uma empresa com sede no Concelho da Nazaré. Nela trabalham cerca de 500 trabalhadores oriundos das várias freguesias dos concelhos de Nazaré e Alcobaça.

Uma classe operária jovem, sem tradições de luta, muitos ligados ao campo por laços familiares e até alguns trabalhadores com as duas actividades em paralelo.

Ao nível sindical, a par de uma ofensiva dos diversos governos contra os sindicatos e os trabalhadores, muitos erros cometidos nas escolhas de dirigentes e delegados sindicais levaram à desconfiança e desinteresses na sindicalização: delegados sindicais que se venderam a troco de um cargo de chefia ao nível da secção; delegados e dirigentes sindicais sem preparação e que a aceitaram o cargo para benefício pessoal; sindicalistas do sindicato afecto à CGPT que formaram um sindicato paralelo para beneficiarem do facto de não terem de voltar ao trabalho nas fábricas; falta de trabalho permanente junto dos trabalhadores.

O Sindicato das Industrias Cerâmicas do Distrito de Leiria foi, em tempos, um grande sindicato com dirigentes combativos e prestigiados. Homens e mulheres corajosas que iam ao contacto directo com os trabalhadores nas muitas empresas existentes no distrito, fazendo um excelente trabalho. Muitos dirigentes atingiram a idade de reforma, outros adoeceram, alguns abandonaram a actividade sindical e hoje o sindicato é praticamente inexistente.

 Em 2010 a Spal é comprada, assumindo as dívidas da empresa e contando com o apoio do FACCE (Fundo de apoio Concentração e Consolidação de Empresas, que detém uma participação de 34,98% na Sociedade de Alcobaça) pelo grupo CUP & SAUCER com sede em Famalicão, que integra também a Leganza a primeira unidade do grupo o maior da Península Ibérica em produção de chávenas para café.
Numa entrevista em 2016 à revista Exame, o gerente do Grupo Ângelo Mesquita dizia “ a Spal é hoje uma empresas equilibrada, com perspectivas  de crescimento” Também nessa mesma entrevista afirmava que a Sapal ainda com resultados negativos mas que estavam a cair de-  2,7 milhões de euros em 2010 para – 397,5 mil euros em 2015.  Do lado da Cup & Saucer os lucros são da ordem de 900 mil de euros anuais e com perspecitiva de crescimento.
A estratégia do grupo ao comprar a Spal teve em conta o facto de ter ali construída uma fábrica bem equipada, com trabalhadores especializados. Ao comprar a Spal o grupo pretendia ter mais uma unidade de produção de chávenas de café e pires em grandes quantidades.

Esse objectivo contínua presente na estratégia da empresa que já reduziu números trabalhadores. Dos 500 trabalhadores da Spal alguns estão fazer acordos de rescisão, outros, os mais velhos, serão enviados para o Fundo De Desemprego até atingirem a idade para se reformarem, há trabalhadores a contratarem advogados particulares para sua defesa. Os contratos a prazo não tiveram nem vão ter os contatos revalidados. Assim o grupo reduz ao mínimo o número de trabalhadores para colocar a Spal a produzir apenas chávenas e pires.

O PCP fez recentemente um comunicado denunciando a situação mas com números que não correspondem à realidade. Na Spal está também evolvido dinheiro do Estado, dos nosso impostos, é dever das forças e esquerda e dos sindicatos questionarem o poder político sobre esta situação com requerimentos, exigência de fiscalização por parte da ACT e apontando perspetivas e solidariedade aos trabalhadores.
Um grupo que tem milhares de euros de lucro, que beneficia de apoios do estado, da segurança social, que beneficia do Lay Off com isenção de pagamentos à segurança social não pode descartar os trabalhadores como se de objectos se tratasse e o poder ficar a olhar para o lado.



3 de agosto de 2020

Largo Conde de Ourém, Nº 5


Camarada Adelino, faltaste à última reunião, deixa lá, não perdeste nada, já nem há onde reunir!
Nesta casa viveu um médico, sua esposa e a menina Joaquina, trabalhadora doméstica a tempo inteiro.
O casal não tinha filhos deixou em testamento a casa ao seu sobrinho Adelino mencionando no testamento que a menina Joaquina deveria viver nela até morrer.
O Adelino era um homem honesto, disciplinado, metódico, perfecionista. Foi comandante dos bombeiros de Porto de Mós com o rigor que o caracterizava. Depois do 25 de Abril abraçou a causa dos trabalhadores e filiou-se no PCP. Responsável pelos dinheiros do Partido no concelho desempenhou essa tarefa com empenho e dedicação, com rigor e entusiasmo.
Tinham um velho que cão que passeava todos os dias pela manhã e ao fim da tarde. O cão morreu, o Adelino tornou-se mais sedentário, começou a sentir dores intensas, foi-lhe diagnosticado um cancro que o levou em poucos meses.
Consciente que pouco tempo lhe restava doou ao PCP a casa onde habitava, com uso fruto da Madalena, sua companheira, enquanto fosse viva. Doou também uma interessante biblioteca com livros e vários objectos de elevado valor e interesse.
A viúva decidiu deixar a casa e ir viver com o seu irmão para o centro da vila. A menina Joaquina ficou só naquele labirinto de divisões e com um receio imenso de morrer ali sozinha. O seu quarto era o último da casa ao fundo do corredor do lado esquerdo. Pelas 16 horas aquecia uma panela de água para fazer a sua higiene pessoal e deitava-se. Não usava a banheiro com receio de cair. Bem cedo, 6 horas da manhã, era a primeira a chegar à padaria para trazer todos os dias o pão fresco para casa. Uma noite, pela 4 horas da manhã, caiu da cama, partiu a bacia, foi hospitalizada mas a idade avançada não lhe permitiu resistir e, dois meses depois, partiu ara sempre.
Num grande quintal, nas traseiras da casa, existiam laranjeiras, flores de vários tipos e ao fundo uma enorme nogueira. Dali avistava-se o trilho do antigo comboio que transportava, para a central cá em baixo, o carvão retirado das entranhas da serra nas minas da Bezerra. Tranquilamente, ali ao fim da tarde, podíamos imaginar os homens esfarrapados, enegrecidos pelo pó que se agarrava à pele misturado com o suor que saia do corpo dorido por uma jornada intensa de trabalho de sol a sol. A serra era escavada à picareta e os vagões carregados à pá a poder de muito esforço humano. A miséria de salário mal lhes dava para o sustento. Muitos partiram novos de devido a doenças contraídas por muitos anos “enterrados vivos” nas entranhas da terra.
Nos últimos tempos foi colocada uma placa com a palavra vende-se. A placa desapareceu.
Camarada Adelino faltaste à última reunião, não importa, não perdeste nada, já nem sequer há um local para reunir!


12 de junho de 2020

DESPEDIMENTOS, FÉRIAS FORÇADAS, INTIMIDAÇÕES, AMEAÇAS DE DESPEDIMENTO

SPAL impõe férias forçadas a mais de 400 trabalhadores antes de entrar em lay off.

A SPAL – Sociedade de Porcelanas de Alcobaça impôs férias forçadas ao conjunto dos seus trabalhadores.
Após uma reunião da gerência com os trabalhadores  da empresa, para impor a marcação de férias neste período, os funcionários foram pressionados a assinar um documento que declarava um suposto acordo no agendamento de férias, na verdade não desejadas. No actual cenário de medo associado às consequências da pandemia, os trabalhadores foram, assim, obrigados a tirar férias entre 30 de Março e 9 de Abril. A administração já anunciou que a partir do dia 9 entrará em lay off. Até lá, manterá uma actividade mínima, para a qual continuam em funções cerca de uma dezena de funcionários. As denúncia referem que estas decisões afectam mais de 400 trabalhadores e trabalhadoras.

As denúncias referem ainda que a empresa não está a pagar o subsídio de férias, dizendo que só o fará em agosto. E deixou também de pagar o subsídio de turno aos trabalhadores que se mantêm em funções. Tudo isto se passa numa empresa em que uma boa parte dos operários e das operárias que asseguram o trabalho na fábrica recebem o salário mínimo. Sendo que a empresa nem sequer paga subsídio de alimentação (algo que é justificado com o facto de terem refeitório com refeições a preços acessíveis).

   MD Plastics despede dezenas de  precários 

       Na Nazaré                        A MD Plastics, empresa que fabrica componentes plásticos para a indústria automóvel, segundo denúncias que recebemos, despediu todos os trabalhadores com contratos de trabalho temporário na sua unidade industrial em Valado dos Frades, concelho da Nazaré. Esta decisão, tomada logo no início da crise sanitária, terá atingido cerca de 70 trabalhadores e trabalhadoras, intermediados pelas empresas de trabalho temporário Egor e Triangulu. A administração da MD Plastics terá justificado esta decisão com a quebra de encomendas por parte da AutoEuropa.

À semelhança de outras situações que vêm sendo denunciadas nas últimas semanas, a empresa acena a estes funcionários com a promessa de voltar a contratar quando a actividade regressar à normalidade. A verdade é que, um pouco por todo o país, a precariedade é o instrumento para as empresas fugirem às suas responsabilidades, atirando os trabalhadores para o desemprego num momento crítico.
A MD Plastics, fundada em 2003, com sede na Barosa (em Leiria), tem mais recentemente em funcionamento esta unidade industrial em Valado dos Frades.

Atlantis: imposição de férias antes de lay off na fábrica de louça em Alcobaça

A administração da fábrica Atlantis, em Alcobaça, segundo denúncias que nos chegaram, obrigou os trabalhadores e as trabalhadoras a tirarem as três semanas de férias que estavam já marcadas para o Verão, ainda durante o mês de março. Houve um primeiro contacto com os funcionários, para perceber quem estaria disposto a tirar férias neste período e, como não houve concordância de muitas pessoas, a empresa anunciou que as férias seriam tiradas agora e que os trabalhadores receberiam o respetivo subsídio. A decisão foi justificada com a quebra de encomendas devido à pandemia, embora a administração ainda a tenha anunciado também como uma medida de proteção, para evitar o contágio entre trabalhadores.
No passado dia 13 de abril, a empresa passou a laborar com equipas reduzidas em regime de rotatividade, com uma redução dos períodos normais de trabalho, recorrendo, para o efeito, ao “lay off simplificado”. Ou seja, como aconteceu em várias empresas nestas primeiras semanas de crise pandémica, a Atlantis impôs férias forçadas quando decidiu suspender a produção regular, tendo depois recorrido aos apoios públicos para prosseguir com a atividade.
Com a fusão que teve lugar em 2001, esta unidade industrial integra o grupo Vista Alegre Atlantis, o maior grupo nacional na área da produção de louça de mesa. A imposição de férias sem acordo aconteceu também na fábrica da Vista Alegre em Ílhavo e na Cerutil, uma empresa que integra o universo Vista Alegre Atlantis desde 2018. A Vista Alegre Atlantis é detida, desde 2019, pelo Grupo Visabeira, de quem também já divulgámos aqui a imposição abusiva de férias.

27 de maio de 2020

Pois é...É, a vida está acabada.

Pois é...eu, Estima Josph digo que a minha vida acabou.
A chuva não cai. Não consigo plantar nada para colher e alimentar a mulher e os filhos.
Também...não há mais madeira para cortar e ganhar dinheiro, nem mesmo uns galhinhos para fazer carvão.
Ás vezes passamos um ou dois dias sem comida para os filhos que ficam chorando.
Não há ninguém que diga: "Companheiro, tome isto para ajudar você na terra"

Estamos só esperando a morte, porque o que chamamos de vida acabou. A gente fica deitado, não tem nada para as crianças. Nada para dar a elas, ninguém que ajude.

A gente se deita e espera a morte. Por isso,digo que a vida acabou. A vida já acabou.

A gente não tem bicho para vender.
Pois é. É, a vida está acabada.

Milhões de pessoas no mundo inteiro estão morrendo de fome porque não têm acesso a água potável nem para as suas culturas.
No entanto, na Índia, em Bombaim, constroem-se prédios de duas torres gémeas com 37 andares cada e em cada andar uma piscina - ou seja 74 piscinas -
Quem são os trabalhadores que constroem esses prédios? São todos trabalhadores sem terra e agricultores marginalizados que deixaram as suas povoações devido à crise da água. E estão nas cidades construindo piscinas para a burguesia.

Uma Humilhação!
Uma Injustiça!

O sector que mais cresce na Índia não é a informática, é a desigualdade.`
É inaceitável essa relação directa entre a riqueza de uns poucos e a miséria de tantos.
(documentário Human)