Fundada em 1965 é uma
empresa com sede no Concelho da Nazaré. Nela trabalham cerca de 500
trabalhadores oriundos das várias freguesias dos concelhos de Nazaré e
Alcobaça.
Uma classe operária jovem,
sem tradições de luta, muitos ligados ao campo por laços familiares e até
alguns trabalhadores com as duas actividades em paralelo.
Ao nível sindical, a par
de uma ofensiva dos diversos governos contra os sindicatos e os trabalhadores,
muitos erros cometidos nas escolhas de dirigentes e delegados sindicais levaram
à desconfiança e desinteresses na sindicalização: delegados sindicais que se
venderam a troco de um cargo de chefia ao nível da secção; delegados e
dirigentes sindicais sem preparação e que a aceitaram o cargo para benefício
pessoal; sindicalistas do sindicato afecto à CGPT que formaram um sindicato
paralelo para beneficiarem do facto de não terem de voltar ao trabalho nas
fábricas; falta de trabalho permanente junto dos trabalhadores.
O Sindicato das Industrias
Cerâmicas do Distrito de Leiria foi, em tempos, um grande sindicato com
dirigentes combativos e prestigiados. Homens e mulheres corajosas que iam ao
contacto directo com os trabalhadores nas muitas empresas existentes no
distrito, fazendo um excelente trabalho. Muitos dirigentes atingiram a idade de
reforma, outros adoeceram, alguns abandonaram a actividade sindical e hoje o
sindicato é praticamente inexistente.
Em 2010 a Spal é comprada, assumindo as dívidas
da empresa e contando com o apoio do FACCE (Fundo de apoio Concentração e
Consolidação de Empresas, que detém uma participação de 34,98% na Sociedade de
Alcobaça) pelo grupo CUP & SAUCER com sede em Famalicão, que integra também
a Leganza a primeira unidade do grupo o maior da Península Ibérica em produção
de chávenas para café.
Numa entrevista em 2016 à
revista Exame, o gerente do Grupo Ângelo Mesquita dizia “ a Spal é hoje uma
empresas equilibrada, com perspectivas
de crescimento” Também nessa mesma entrevista afirmava que a Sapal ainda
com resultados negativos mas que estavam a cair de- 2,7 milhões de euros em 2010 para – 397,5 mil
euros em 2015. Do lado da Cup &
Saucer os lucros são da ordem de 900 mil de euros anuais e com perspecitiva de
crescimento.
A estratégia do grupo ao
comprar a Spal teve em conta o facto de ter ali construída uma fábrica bem
equipada, com trabalhadores especializados. Ao comprar a Spal o grupo pretendia
ter mais uma unidade de produção de chávenas de café e pires em grandes
quantidades.
Esse objectivo contínua
presente na estratégia da empresa que já reduziu números trabalhadores. Dos 500
trabalhadores da Spal alguns estão fazer acordos de rescisão, outros, os mais
velhos, serão enviados para o Fundo De Desemprego até atingirem a idade para se
reformarem, há trabalhadores a contratarem advogados particulares para sua
defesa. Os contratos a prazo não tiveram nem vão ter os contatos revalidados.
Assim o grupo reduz ao mínimo o número de trabalhadores para colocar a Spal a
produzir apenas chávenas e pires.
O PCP fez recentemente um
comunicado denunciando a situação mas com números que não correspondem à
realidade. Na Spal está também evolvido dinheiro do Estado, dos nosso impostos,
é dever das forças e esquerda e dos sindicatos questionarem o poder político
sobre esta situação com requerimentos, exigência de fiscalização por parte da
ACT e apontando perspetivas e solidariedade aos trabalhadores.
Um grupo que tem milhares
de euros de lucro, que beneficia de apoios do estado, da segurança social, que
beneficia do Lay Off com isenção de pagamentos à segurança social não pode
descartar os trabalhadores como se de objectos se tratasse e o poder ficar a
olhar para o lado.
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