Além!

Porque o silêncio é às vezes o caminho mais dificil, é preciso encontrar avenidas de tambores a rufar entre tantas mordaças, para construir a sempre inacabada e desejada felicidade, de viver sempre a juventude presente. Tempo de desejo é sempre tempo de Futuro.

12 de junho de 2020

DESPEDIMENTOS, FÉRIAS FORÇADAS, INTIMIDAÇÕES, AMEAÇAS DE DESPEDIMENTO

SPAL impõe férias forçadas a mais de 400 trabalhadores antes de entrar em lay off.

A SPAL – Sociedade de Porcelanas de Alcobaça impôs férias forçadas ao conjunto dos seus trabalhadores.
Após uma reunião da gerência com os trabalhadores  da empresa, para impor a marcação de férias neste período, os funcionários foram pressionados a assinar um documento que declarava um suposto acordo no agendamento de férias, na verdade não desejadas. No actual cenário de medo associado às consequências da pandemia, os trabalhadores foram, assim, obrigados a tirar férias entre 30 de Março e 9 de Abril. A administração já anunciou que a partir do dia 9 entrará em lay off. Até lá, manterá uma actividade mínima, para a qual continuam em funções cerca de uma dezena de funcionários. As denúncia referem que estas decisões afectam mais de 400 trabalhadores e trabalhadoras.

As denúncias referem ainda que a empresa não está a pagar o subsídio de férias, dizendo que só o fará em agosto. E deixou também de pagar o subsídio de turno aos trabalhadores que se mantêm em funções. Tudo isto se passa numa empresa em que uma boa parte dos operários e das operárias que asseguram o trabalho na fábrica recebem o salário mínimo. Sendo que a empresa nem sequer paga subsídio de alimentação (algo que é justificado com o facto de terem refeitório com refeições a preços acessíveis).

   MD Plastics despede dezenas de  precários 

       Na Nazaré                        A MD Plastics, empresa que fabrica componentes plásticos para a indústria automóvel, segundo denúncias que recebemos, despediu todos os trabalhadores com contratos de trabalho temporário na sua unidade industrial em Valado dos Frades, concelho da Nazaré. Esta decisão, tomada logo no início da crise sanitária, terá atingido cerca de 70 trabalhadores e trabalhadoras, intermediados pelas empresas de trabalho temporário Egor e Triangulu. A administração da MD Plastics terá justificado esta decisão com a quebra de encomendas por parte da AutoEuropa.

À semelhança de outras situações que vêm sendo denunciadas nas últimas semanas, a empresa acena a estes funcionários com a promessa de voltar a contratar quando a actividade regressar à normalidade. A verdade é que, um pouco por todo o país, a precariedade é o instrumento para as empresas fugirem às suas responsabilidades, atirando os trabalhadores para o desemprego num momento crítico.
A MD Plastics, fundada em 2003, com sede na Barosa (em Leiria), tem mais recentemente em funcionamento esta unidade industrial em Valado dos Frades.

Atlantis: imposição de férias antes de lay off na fábrica de louça em Alcobaça

A administração da fábrica Atlantis, em Alcobaça, segundo denúncias que nos chegaram, obrigou os trabalhadores e as trabalhadoras a tirarem as três semanas de férias que estavam já marcadas para o Verão, ainda durante o mês de março. Houve um primeiro contacto com os funcionários, para perceber quem estaria disposto a tirar férias neste período e, como não houve concordância de muitas pessoas, a empresa anunciou que as férias seriam tiradas agora e que os trabalhadores receberiam o respetivo subsídio. A decisão foi justificada com a quebra de encomendas devido à pandemia, embora a administração ainda a tenha anunciado também como uma medida de proteção, para evitar o contágio entre trabalhadores.
No passado dia 13 de abril, a empresa passou a laborar com equipas reduzidas em regime de rotatividade, com uma redução dos períodos normais de trabalho, recorrendo, para o efeito, ao “lay off simplificado”. Ou seja, como aconteceu em várias empresas nestas primeiras semanas de crise pandémica, a Atlantis impôs férias forçadas quando decidiu suspender a produção regular, tendo depois recorrido aos apoios públicos para prosseguir com a atividade.
Com a fusão que teve lugar em 2001, esta unidade industrial integra o grupo Vista Alegre Atlantis, o maior grupo nacional na área da produção de louça de mesa. A imposição de férias sem acordo aconteceu também na fábrica da Vista Alegre em Ílhavo e na Cerutil, uma empresa que integra o universo Vista Alegre Atlantis desde 2018. A Vista Alegre Atlantis é detida, desde 2019, pelo Grupo Visabeira, de quem também já divulgámos aqui a imposição abusiva de férias.

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