Além!

Porque o silêncio é às vezes o caminho mais dificil, é preciso encontrar avenidas de tambores a rufar entre tantas mordaças, para construir a sempre inacabada e desejada felicidade, de viver sempre a juventude presente. Tempo de desejo é sempre tempo de Futuro.

25 de outubro de 2015

“Alfredo” paga para trabalha!

“Alfredo” paga para trabalha!

 “Alfredo” é um operário fabril que passa dez horas agarrado a uma prensa fabricando telhas, trabalha por turnos de dia e de noite e tem de fazer uns biscates para poder sobreviver.

O “Alfredo” ganha 530 euros por mês, gasta uns 100 euros de gasolina para ir trabalhar, gasta cerca de 150 euros por mês na sua alimentação, mesmo levando o comer de casa, sobram-lhe 280 euros para pagar a prestação da casa, para alimentar as duas filhas de 10 e 16 anos.

A empresa onde o “Alfredo” vende a sua força de trabalho tem uma situação desafogada, uma das melhores da região mas não perde oportunidade para baixar os rendimentos de quem trabalha: anteriormente “Alfredo” e os restantes trabalhadores (mais de 100) recebiam 25 euros extras por cada domingo trabalhado e recebiam também o subsídio de alimentação em tempo de folga, a pretexto da crise esses suplementos foram retirados; recentemente, também a pretexto da crise mas a empresa precisa que os trabalhadores trabalhem para além das horas normais, as horas extras que eram pagas em dinheiro passaram a contar para o banco de horas e a serem utilizadas de acordo com a disponibilidade da empresa e não de acordo com as necessidades dos trabalhadores. “Alfredo” e outros quatro trabalhadores do mesmo turno recusaram fazer horas extras se não forem pagas em dinheiro. “Alfredo” e os restantes colegas receio serem penalizados e discriminados por tal a posição de força. Mas “Alfredo” tem consciência de que já tem pouco a perder e vai levar a sua posição atá às últimas consequência.

Para alguns “papagaios” que enchem a boca com a defesa dos trabalhadores não basta aparecer de quatro em quatro anos a fazer campanha eleitoras e distribuir uns panfletos, é necessário conhecer a realidade do dia a adia de quem vive uma vida de miséria, que se esfola a trabalhar mas que não vê resultado do seu esforça. É preciso estar lá, conhecer no concreto cada situação, falar muito e permanentemente com os operários, com os trabalhadores e encaminhar o seu descontentamento no sentido da luta efetiva através das organizações de classe que os representam.

Nota final – infelizmente a ditadura burguesa que se implantou em Portugal não me permite divulgar o nome real do “Alfredo” sob pena de amanhã não ser impedido de ocupar o seu posto de trabalho que apesar de mal remunerado é necessário para pagar o pão do dia a dia.  


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