O Governo quer fugir ao acordado sobre o salário mínimo nacional, mas não há nenhuma razão para que este não seja fixado em 500 euros, a partir de 1 de Janeiro.
A propósito deste assunto o jornal “ Região de Cister” ouviu a opinião de algumas “individualidades” do nosso concelho.
Os patrões, ditos de referência, alguns até distinguidos pelos altos responsáveis do país, estão contra este aumento com o argumento de ser incomportável para a sobrevivência das suas empresas.
O aumento do salário mínimo nacional para 500 euros corresponde a uns míseros oitenta cêntimos por dia e por trabalhador e representa menos de 0,06% dos custos salariais das empresas.
Mais uma vez, os patrões, argumento que a competitividade das empresas passa pela alteração da legislação laboral e pela imposição de baixos salários dos trabalhadores.
Discutem ao cêntimo os aumentos de salário de quem trabalha e não reclamam a redução dos custos dos factores de produção: energia eléctrica e gás dos combustíveis e transportes.
Não discutem a vergonhosa posição da EDP que se prepara para aumentar a energia eléctrica em mais de 15%.
Quanto aos salários uma contradição a ter em conta:
Se os salários são baixos, a mais-valia e o lucro são elevados, mas os mercados reduzidos. Se os salários são elevados, os mercados são importantes, mas a mais-valia e o lucro são reduzidos. Ora, as empresas têm necessidade simultaneamente de lucros elevados ( é a finalidade do sistema) e de mercados importantes ( elas têm de poder vender as mercadorias produzidas).
Só os trabalhadores criam valor e rendimento e são eles os principais consumidores do que se produz logo, os seus salários têm de ser valorizados para que a economia se desenvolva.
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