Os trabalhadores tudo constroem; penam eternamente; o seu suor e o seu sangue são o cimento de todas as edificações do mundo; mas pouco recebem em troca, eles que dedicam todas as suas forças do eterno ímpeto de construir, ímpeto esse que obra milagres na terra, mas que no entanto não fornece um tecto aos homens e lhes dá muito pouco de comer.
Os escravos foram sempre os mesmos; submetiam-se sempre; alimentavam-nos sempre mal, mas realizaram sempre tudo quanto é prodigioso, enfrentando por vezes aqueles que os obrigavam a trabalhar, embora na maioria dos casos os amaldiçoassem e se revoltassem de quando em quando contra os seus senhores…
Tudo, mas mesmo tudo, o que existe foi construído com suor e o sangue de milhões de trabalhadores.
As fábricas com suas máquinas, as pontes e estradas, hospitais e escolas, palácios e simples casam, os automóveis e camiões, comboios e aviões, pequenos barcos e grandes cruzeiros, os jornais e computadores, rádios e televisões, o que comemos e o que vestimos…tudo, mas mesmo tudo, tem a mão do operário, do trabalhador.
Era justo e mais que justo o trabalhador usufruir de tudo o que produziu. Mas não, assim não é.
Quer utilizar as estradas; tem de pagar.
Quer utilizar os hospitais; tem de pagar.
Quer educar os filhos; tem de pagar.
Quer um automóvel; tem de pagar.
Quer um computador; tem de pagar.
Quer uma televisão; tem de pagar.
Quer uma casa para habitar; tem de pagar.
Quer deslocar-se de avião ou embarcar num cruzeiro; nem pagando porque não tem possibilidades de usufruir do que com o seu suor construiu.
O dia virá em que, com a sua luta, o trabalhador tomará nas suas mãos tudo o que construiu e então, sim, poderá usufruir de tudo o que produziu e que ao longo dos séculos lhe tem sido negado.
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