Além!

Porque o silêncio é às vezes o caminho mais dificil, é preciso encontrar avenidas de tambores a rufar entre tantas mordaças, para construir a sempre inacabada e desejada felicidade, de viver sempre a juventude presente. Tempo de desejo é sempre tempo de Futuro.

19 de março de 2010

“Bullying”.


Cláudia Raposo  

   Um dos temas da actualidade é o “Bullying”. É uma palavra inglesa, que descreve actos de violência física e/ou 
psicológica, sendo eles intencionais e repetitivos. São praticados por alguém (ou um grupo), que se considera o “valentão” (bully),  com o objectivo de intimidar ou agredir. A vítima, é uma pessoa que é incapaz de se defender, é considerada o “elo mais fraco”
Nos meus tempos de escola, existiam rivalidades mas, nada de alarmante. É normal isso acontecer na adolescência, é a idade em que nos afirmarmos como pessoas. De vez em quando, havia momentos de tensão, um murro ou outro, no dia seguinte já estava tudo bem. Hoje em dia, isso não se verifica. O número de casos de violência nas escolas, está a aumentar de dia para dia. Essas situações não ocorrem só entre alunos, mas sim entre esses e o corpo docente.
Era inimaginável, na minha altura, um aluno virar-se a um professor. Na primária, quem se portava mal e/ou não sabia a matéria, o professor impunha respeito.
Na secundária, existia respeito, alguns professores mesmo, tinham autoridade devido à sua postura, modo de agir.
Hoje em dia, os professores não podem bater nos alunos, se o fizerem estão metidos numa alhada, e os alunos batem nos professores. Acho que os papeis se inverteram.
Nunca tal situação, me tinha passado pela cabeça. Além disso, os alunos tratam mal física e psicologicamente os mais “fracos”, com uma crueldade imensa.
Onde é que fomos parar?                                                                                            
Em que se transformou a escola, que supostamente é um local para formar o futuro dos nossos jovens?
Na minha opinião existem vários factores que contribuem para esse aumento; os pais passam pouco tempo com seus filhos, não os acompanham devidamente; as crianças/jovens refugiam-se a jogar na consola, optando, na maioria, por jogos violentos; a televisão já não passa aqueles desenhos animados com que tanto aprendi, tanto me ri, é só bonecos com lutas, armas, sangue, enfim nada de bom; Cada vez mais, existem famílias desestruturadas; o incentivo à competição doentia; a transmissão de falsos valores ,incute nos jovens ideias erradas da realidade em que vivemos.

Os alunos considerados os mais “fracos”, têm a vida negra na escola. Isso faz um mal tremendo a nível psicológico, a violência é tal que, já há casos de suicídio.
Não nos podemos esquecer que, a maioria, são crianças. Como é que uma pessoa com tão tenra idade, comete tal acto? Que sentimentos a levam a isso?
Muitas vítimas desenvolvem fobias, pânico, depressão, ansiedade, perda de auto-estima…

Temos que agir.

Nós, pais, devemos dialogar mais com os nossos filhos, tentar compreende-los, interessarmo-nos pelas coisas que eles fazem, dar o nosso apoio quando precisam.
Muitos pais, pensam que a escola é quem educa, mas não. Nós, pais, somos responsáveis por isso, é certo que a escola também tem o seu papel, mas não é o de protagonista.
Já a escola, tem que oferecer melhores condições, dar mais apoio aos estudantes, ter profissionais que ajudem, que guiem os jovens nas suas jornadas.
Os pais, têm de lutar por melhores condições de vida, menos horas de trabalho, assim ficam mais tempo disponível para educarem os filhos.

Em geral, temos que lutar para que os nossos filhos tenham uma infância com amor e carinho.
Que tenham uma adolescência estável, criativa, respeitadora, partilhada. Que tenham perspectivas de vida e, confiança num futuro melhor.

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