Além!

Porque o silêncio é às vezes o caminho mais dificil, é preciso encontrar avenidas de tambores a rufar entre tantas mordaças, para construir a sempre inacabada e desejada felicidade, de viver sempre a juventude presente. Tempo de desejo é sempre tempo de Futuro.

7 de março de 2010

Deixem os jovens curtir a vida!

Eu que não fui menino nem jovem (comecei a trabalhar com apenas 10 anos) entendo que só se é o jovem uma vez na vida. 

Está na moda criticar a juventude, é-nos transmitida essa mentalidade pelos poderes instituídos, pela comunicação social, pelos moralistas da sociedade. 

Os pais que criticam os exageros dos filhos e que se esquecem do tempo em que eram filhos também. Não tínhamos o que hoje os jovens têm mas, éramos irreverentes, gostávamos de nos divertir, de fazer as nossas noitadas de fazer as coisas próprias da juventude. 

Os patrões que acham que os jovens não gostam de trabalhar – digo eu, e ainda bem. Trabalhar sem receber ou por salários miseráveis – trabalhem os filhos deles. 

Trabalhar com 10 ou 12 anos? – Não! Deixem os jovens serem meninos. 

Os professores que se queixam dos jovens devem antes reivindicar um ensino de qualidade e condições de trabalho nas escolas onde todos se sintam bem. 

Conheço muitos jovens que, tal como eu e a maioria de nós, foram irreverentes, rebeldes, moinantes e são hoje homens e mulheres conscientes do seu papel na sociedade. 

Fosse outra a sociedade – Justa, livre e democrática – teríamos jovens felizes por desfrutarem dos prazeres da sua juventude. 

A contradição entre o novo e o velho há-de sempre existir, porque só assim podemos evoluir e construir um futuro melhor.

4 comentários:

  1. antonio carvalho07/03/10, 14:49

    Eu tive a felicidade de ser menino e jovem. Alguns dos meus amigos, foram jovens sem futuro, porque não lhe foi possível viver a juventude, pois o número de irmãos que tinham, obrigava-os a ter de trabalhar logo aos 10 anos para que o pão (broa) não faltasse em casa dos pais.
    Com isso, ficou mais pobre o País, pois muitos deles não puderam evoluir mais no conhecimento do que a escolariedade obrigatória.
    O estrangeiro, foi o destino de muitos. Uns para fugir à guerra colonial, outros para ter possibilidades de viver com dignidade.
    Nenhum País terá futuro, se os seus jovens não se tornarem rebeldes. Nenhum futuro existirá sem jovens, como não o haverá se os mais adultos não promoverem a juventude da vivência do incomodo, da novidade, da estrada sem curvas. Afinal não esperamos que os jovens se tornem adultos e responsáveis!? Então porquê os medos das suas certezas, já que nós também as tivemos na mesma juventude e contra a mesma opinião dos nossos pais, avós e tios.
    A conquista do futuro é o caminho mais escuro e difícil para os adultos. Para os jovens(lembrem-se de vocês) o mundo do dificil,do desconhecido, do não pensado, é a certeza da afirmação da sua capacidade de aprender e empreender, com o maior risco, mas também com a maior esperança de construir algo de novo.
    Cada ciclo da vida tem o seu quê de maravilhoso e desconhecido. Assim o valorizemos no tempo que melhor se considere a colheita de prazer e felicidade.

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  2. Cláudia Raposo07/03/10, 14:55

    Uma criança nunca deve interromper a sua infância para ir laborar.Essa fase da vida é fulcral para o resto da sua vida.
    Os jovens não trabalham por não gostarem,mas sim por se sintirem injustiçados,explorados pelos seu superiore.
    O nosso governo apela aos jovens para que deixem as casa de seus pais,para se tornarem independentes,mas não é com palavras que se consegue.E os apoios?
    Eu falo por experiência própria,recebia um apoio do estado,apoio esse que já existia há vinte anos.Como eu, mais vinte mil jovens usufruiam desse mesmo incentivo.Mas,como tudo o que é bom neste país,esse apoio sofreu grandes alterações.O valor foi "brutalmente" reduzido,e muito condicionado.Só para teres uma ideia,desses vinte mil,restam apenas 5mil jovens com esse apoio.
    Quanto aos mais velhos,descriminam mt a malta mais jovem,esquecem-se que em tempos já o foram.São mentalidades que sempre hão-de existir (na minha opinião).Nós jovens,crianças somos o futuro da nação.
    Apesar de me ir ausentar,não faz com que não acredite e que não lute pelo meu país.Apesar de todas as adversidades,sinto orgulho em ser portuguesa e incuto isso mesmo ao meu filho.Jamais irei deixar de falar a lingua materna.
    Gostei da tua publicação,haja alguém que pense assim.

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  3. Cláudia Raposo07/03/10, 15:47

    Jamais se deve retirar a infância a uma criança,esta é crucial para o seu desevolvimento,para o seu futuro.
    Quanto aos jovens,eles não trabalham por não quererem,sentem-se injustiçados,explorados pelos seus superiores.Não lhes sabem dar o devido valor.
    O nosso Governo apela aos jovens a sairem das casas dos pais afim de se tornarem independentes,dá incentivos aos jovens para que o façam. Eu,por experiência própria, em tempos recebi um incentivo dado pelo Estado,ao qual mais vinte mil jovens também o recebiam. Esse incentivo já tinha mais de 20anos. Mas,como tudo no nosso país,quem dá também tira.Esse apoio foi "brutalmente" cortado a nível financeiro,condicionaram-no a um grupo restrito de jovens.O que fez com que de vinte mil passa-se a uns míseros 5mil jovens.
    As pessoas de gerações antes da minha esqueçem-se muitas vezes que em tempo também já foram jovens,que cometeram as suas loucuras e devaneios,tudo próprio da idade.
    Eu, como jovem que sou,também as cometi,mas isso não faz de mim uma pessoa menos boa,muito pelo contrário,aprendi muito.
    Sei dar valor à vida,luto pelas minhas ideologias.Sei exactamente qual o meu papel.
    Essa distinção que fazem entre velhos e novos sempre existiu e sempre existirá.
    Nós, jovens e crianças, somos o futuro da nossa nação e do mundo.
    Apesar de todas as adversidades tenho orgulho de ser portuguesa.Não é por me ir ausentar do meu país natal,que vai fazer com que me esqueça das minhas raizes.Jamais irei esquecer do país e da terra que me viram nascer.Jamais irei esquecer de todos os feitos heróicos portugueses,da lingua portuguesa.
    Gostei muti desta publicação,é bom também penssares assim.

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  4. -Não lhe chamaria "contradição entre o velho e o novo", embora entenda a ideia.
    Creio que é sobre conflito de gerações que estamos a falar, e podemos concretizar mais um pouco, afirmando que é este conflito que faz avançar a Sociedade. Cada geração procura ir um pouco mais além, criar o seu próprio espaço, até "colidir" com os conceitos já cimentados pela geração anterior. Deste choque podem resultar algumas conquistas, dependendo da ideologia que estiver a dirigir a Sociedade.
    Lembremo-nos do que se passou com o primeiro referendo à Lei do Aborto: inicialmente Guterres aceitou que a Lei fosse discutida e votada no Parlamento, onde seria aprovada face à maioria favorável. Depois houve uma reunião estranhissima envolvendo Guterres, Rebelo de Sousa e p.dre Milícias, e dicidiram avançar com o referendo, que foi o que se viu.
    Mas há uma outra coisa que está ai a fermentar, e que me preocupa:
    Há uns meses atrás, um qualquer imbecil propunha que parte dos salários pudesse ser paga em géneros; o grande capital reivindica a redução dos salários, e agora também outra avantesma candidata a presidente de uma coisa qualquer,afirma que se deve mandar crianças com 12 anos aprender uma profissão. -Está o circo montado!
    Pois devo dizer que já passei por tudo isso, e confesso que não gostei.
    Mal tinha saido da escola, portanto ainda não tinha 12 anos, e já trabalhava em tudo que aparecesse -agricultura, construção, cerâmica, hotelaria, etc. -quantas vezes só pela alimentação, isto é, recebia em géneros!-Sei do que eles falam.
    Para aprender aquilo que chamáva-mos uma profissão -electricista, serralheiro ou mecânico -não só não havia salário, como ainda tinhamos que pagar, o que era impensável para a maioria de nós.
    De facto estamos hoje perante uma grande contradição: A juventude está reivindicar o seu espaço mas não consegue fazer-se ouvir, porque a ideologia dominante é liderada por centenas de deputados que representam os interesses do grande capital, rodeados de um "cordão sanitário" que os mantêm imunes aos problemas da população, e da juventude em particular. Bem pelo contrário, tudo está a ser feito para os tornar em mão de obra barata e dócil.
    É necessário alterar este estado de coisas com toda a urgência, incentivar toda a gente a ser mais reinvidicativa e participante, ou esta Democracia torna-se uma caricatura de si própria, e nós seremos os africanos mais a sul da europa.

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