Na Grécia, onde os trabalhadores e as massas populares vêm desenvolvendo uma magnífica e determinada resistência contra as «medidas de austeridade» do governo e da sr.ª Merkel, foi desencadeada uma tentativa de ilegalização da central sindical PAME. As suas acções são objecto da violência policial. Activistas seus - operários, trabalhadores dos casinos, professores, marinheiros do Pireu - são alvo de processos de despedimento.
No nosso país, a repressão e tentativa de limitação dos direitos dos trabalhadores aprofundou-se a cada avanço da política de direita: perseguição a dirigentes, delegados e activistas sindicais; negação do direito de reunião e de esclarecimento; agressão a piquetes de greve; processos de despedimento aos trabalhadores mais activos e conscientes; trabalho de organização em tantos casos remetido para condições de clandestinidade.
Tais acções não são sinal de força. São sinal do profundo temor do grande capital perante o recrudescimento da luta dos trabalhadores.
Há dias, Mário Soares saudava o facto de as «medidas de austeridade» do PS/PSD terem sido anunciadas «sem ocorrerem graves revoltas ou actos desesperados de violência». Nem mais. O idoso intriguista lá sabe o calibre das «medidas». Mas está muito enganado nas suas expectativas acerca da resistência que vão encontrar. Não será certamente em actos desesperados que os trabalhadores responderão a estas medidas e a esta política. E responderão à altura.
Bem podemos recordar a todos os porta-vozes do grande capital aquilo que Marx e Engels já assinalavam no Manifesto: «O movimento proletário é o movimento autónomo da maioria imensa no interesse da maioria imensa». As medidas que o grande capital preconiza não são mais do que a imposição a essa maioria imensa dos interesses de uma insignificante minoria e da corte dos seus serventuários.
No próximo dia 29 de Maio sairá à rua uma fortíssima representação dessa maioria imensa.
Compreende-se a apreensão daquela meia dúzia a quem a política de direita tem enchido largamente os bolsos.
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