Artigo original em Samuel o "Cantigueiro" veja aqui
Sim, porque o verdadeiro calhordas não faz o que faz, à sorte. Sabe muito bem porque faz o que faz... e para quê. O verdadeiro calhordas, ao contrário do que erroneamente se possa pensar, tem uma missão a cumprir.
Lendo um texto do “Cravo de Abril”, em que mais uma vez é demonstrado, preto no branco, um dos milhentos casos de censura (de classe) selectiva e sem contemplações, praticados diariamente pela nossa comunicação social, tornou-se impossível deixar de tropeçar novamente no Doutor António Barreto, que desde bem antes do tempo em que se tornou, juntamente com Soares, a cara visível do ódio à Reforma Agrária, criando as condições que levariam à sua destruição e sendo moralmente responsável pelos vários crimes que então se cometeram, culminando no assassínio de dois trabalhadores agrícolas do Alentejo... desde bem antes, como dizia, sabe muito bem ao que veio.
O sociólogo, que é pago para dizer coisas sobre as mais variadas coisas, desta vez veio tecer considerações sobre a “liberdade de expressão”. Apesar de ter descoberto que «Hoje em dia haverá 2.500 a três mil pessoas cuja função, no aparelho de Estado, é organizar a informação e fazer a agenda política. Na televisão, nos jornais, na rádio, há uma verdadeira agenda política feita à volta do Governo, pelas agências e gabinetes de comunicação», concluindo, «Isto chama-se condicionar a opinião pública», acrescenta logo que, nomeadamente, porque é livre de escrever estas coisas nos jornais, «vivemos num país em que reina a liberdade de expressão».
Não fosse dar-se o caso de nós, os estúpidos, não entendermos a mecânica da coisa, acrescenta decididamente: «Não é verdade que condicionar a opinião pública seja a mesma coisa que retirar a liberdade de expressão».
Pois. Pode ser que não seja, doutor. Também dar grandes pontapés nas canelas e nos joelhos de alguém, não é a mesma coisa que retirar-lhe a liberdade de andar... mas dificulta como o raio que o parta, doutor!
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