Todos sabemos como tudo isto começou:
Sindicalistas indentificados pela polícia quando usavam o seu direito de protesto; estudantes que responderam em tribunal por utilizarem a liberdade de expressão; trabalhadores reprimidos por reivindicarem o direito ao trabalho; invasão das sedes sindicais pela polícia para tentarem identificar quem se dirigia às manifestações; militantes comunistas impedidos de usarem o direito de propaganda, enfim, a própria actividade institucional do PCP permanentemente silenciada em toda a comunicação social.
Este foi o caldo de cultura que marinou todo o primeiro mandato da governação PS/Sócrates, com alguns – leves – estremecimentos de algumas consciências mais sensíveis perante os protestos dos atingidos.
Só depois do episódio do Prof. Charrua é que os pergaminhos democráticos de alguns cidadãos, incluindo dirigentes políticos, vieram ao de cima, num clamor de virgens enganadas por vendedores de banha da cobra. Agora, perante este pântano fétido em que a Democracia se vai atolando, gritam hipocritamente “eu bem avisei, mas ninguém me ouviu!”.
Houve de facto quem alertou, quem avisou, quem chamou a atenção para o que estava a fermentar. A “Marcha pela Liberdade e Democracia” em Março/2008 organizada pelo PCP em Lisboa foi disso um exemplo.
É verdade que a situação actual é ainda mais grave. Quando o próprio poder judicial contribui para confundir o cidadão, só podemos esperar o pior. Se este órgão não contribui para a solução do problema, então passa a fazer também parte desse problema, e isso é assustador.
Perante tudo isto, não me admira nada que dentro em breve sejamos chamados à luta eleitoral. Vai ser necessário um esforço muito grande para sensibilizar tantos homens e mulheres democratas a alterarem o seu sentido de voto e contribuírem para uma alternativa credível. Mas vai ser um trabalho empolgante.
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