O Sr. Carlos é um “velho”agricultor, de 85 anos. Cultiva a terra e cuida das suas ovelhas.
Levou-me à sua adega e deu-me do seu vinho - Delicioso!
É com carinho que fala do seu trabalho e com o orgulho de ainda ter força para trabalhar a terra.
Não o faz sozinho, ele e 5 amigos trabalham com base em princípios comunitários.
Se um precisa de podar a vinha os outros ajudam. Se outro precisa de vindimar a ajuda é recíproca.
Não há dinheiro envolvido, não há contagem do tempo que cada um disponibiliza aos outros.
Chamam a esta forma de trabalho as “ tornas”.
Seria tudo mais fácil se não existisse essa coisa chamada dinheiro – Dinheiro para gerar mais dinheiro.
Dinheiro para gerar mais concorrência.
Concorrência esta que cria mais desigualdades e que aprofunda mais ainda o fosso entre ricos e pobres.
As transformações da sociedade são a origem de novas (velhas) formas de pobreza, que devem de ser acompanhados de novos direitos.
Portugal conta hoje com mais de 2 milhões de pessoas pobres, de acordo com os critérios europeus de pobreza. Ou seja 22% da população.
A existência da riqueza e da pobreza na mesma sociedade é efectivamente paradoxal.
Significa que o regime económico sobre o qual nós vivemos não funciona para o bem de todos. Existem ganhadores (meia dúzia), mas também perdedores no jogo da concorrência.
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