Além!

Porque o silêncio é às vezes o caminho mais dificil, é preciso encontrar avenidas de tambores a rufar entre tantas mordaças, para construir a sempre inacabada e desejada felicidade, de viver sempre a juventude presente. Tempo de desejo é sempre tempo de Futuro.

17 de março de 2010

Frutos da cultura

Original aqui
As recentes notícias que nos chegam das escolas portuguesas, de agressão e violência cujo inglesismo "bullying" parece lavar o contexto semântico do acto, não são senão a "ponta do icebergue" de um clima que se tem instalado nas escolas desde à muito.

"O ensino publico é mau" ou o "desleixo dos pais" são as desculpas comuns para o mau ambiente das nossas escolas, mas escapa ao facto dominante na educação da nossa população infantil-juvenil. É a televisão o principal elemento de educação das crianças. É a televisão que aponta os modelos a seguir, as condutas a serem valorizadas e os valores a obedecer e as crianças estão expostas a muito mais do que desenhos animados.

A publicidade propagandeia a elegia do consumo e das personalidades descartáveis a cada nova remessa de produtos, espalhando o mito capitalista do successful bastard para justificar a crueldade entre pessoas e a existência de fracos e fortes, pobres e ricos.

É este sacerdote omni-presente que naturaliza, romantiza e promove a crueldade como mecanismo social. A disseminação dos actos de violência e ódio, nas escolas, locais públicos e privados são frutos de um cultura que ridiculariza a bondade para legitimar o ódio.

1 comentário:

  1. Este post, leva-me a comentar a força que possui a televisão e os valores que ela veícula, sobretudo para as crianças.
    Para os adultos, nem sequer me atrevo a pensar porque razão gostam de ser tão manipulados, pois à falta de mais um jogo de futebol, qualquer coisa serve para não olhar para o presente à espera de um qualquer D. Sebastião.
    Porém, ao observar todos os dias o meu neto mais velho(5 anos),sinto que a minha força de vontade para contrariar ou anular o efeito de ipnose que a TV nele provoca é quase nula.
    O grau de violência mental que sinto existir nos seus comportamentos, preocupa-me sériamente e se os responsáveis politicos na área educativa tivessem a noção clara dos pequenos e grandes colapsos emocionais e de violencia que esses tão meios de comunicação geram, já há muito tempo teríamos legislação punitiva quanto a conteúdos passados a horas normais de emissão.
    Deixo um aviso aos pais: Larguem a televisão à noite e ouçam um pouco os vossos filhos. Eles precisam sempre e todos os dias de uma palavra ou do relato de uma cena politicamente incorrecta. Gastem um pouco de saliva e contem uma anedota, uma passagem mais ousada da juventude, brinquem com eles. Não os deixem desamparados a estes vampiros de afectos.

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