Além!

Porque o silêncio é às vezes o caminho mais dificil, é preciso encontrar avenidas de tambores a rufar entre tantas mordaças, para construir a sempre inacabada e desejada felicidade, de viver sempre a juventude presente. Tempo de desejo é sempre tempo de Futuro.

4 de abril de 2010

Ainda o código do trabalho.

Conversa com uma trabalhadora. A realidade ao vivo.

23:00- Hoje não trabalhas, estás de férias? 

23:05- Não! Antes fosse. Esta semana trabalho dia sim, dia não. Amanhã estou em regime de "adaptabilidade" uma lei do novo código de trabalho proposto pelo Sócrates! Esta já está a fazer doer a alguns adeptos dele. Pena que muitos dos meus colegas não me tenham dado ouvidos em devida altura...agora temos que aguentar todos a situação! Esta lei está mencionada no código de trabalho de uma forma dúbia. Aliás eu diria mesmo, de uma forma estrategicamente dúbia! 

23:15 -Então só ganhas dia sim, dia não? 
Mas isso é escandaloso. 

23:20 -Não. Esta lei permite ao patrão mandar-nos para casa quando há menos trabalho (Não é o caso) e temos de trabalhar noutras alturas mais horas diariamente. No ano passado no primeiro trimestre do ano foram despedidos todos os trabalhadores que estavam a contrato, por alegadamente se avizinhar uma quebra de trabalho. O que não se verificou e depois o resultado foi termos de trabalhar nós (os efectivos) 12h dia. Consegues imaginar o que é trabalhar por exemplo das 9h da manhã às 21h? Ou das 05h da manhã às 17H? 

23:22 -Claro que consigo. É retroceder ao século passado. 
Só falta queimarem-nos vivos dentro das fábricas como fizeram às mulheres nos Estados Unidos quando lutavam pela redução do horário de trabalho. 

23:25 -Mais ou menos isso! Tivemos prevista uma entrada em Lay-off. Foi constituída (porque a lei assim o obriga) uma "comissão de acompanhamento ao processo de entrada em Lay-Off" que nem sequer chegou a ter início. Tudo não passou de uma encenação por parte da entidade patronal para se candidatar a fundos comunitários. 







23:26 -Claro, foi para isso que o código foi alterado. Defender o patronato e fazerem dos trabalhadores autênticos escravos.

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