572 mil desempregados em Março 2010.
Recordar!
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal subiu 1,9% em Março face ao mês anterior, e aumentou 18,1% face a Março do ano passado.
O aumento do desemprego registado em Março face ao mesmo mês do ano passado "verificou-se em ambos os géneros, com uma variação de 23 por cento nos homens e de 14,1 por cento nas mulheres".
Os que colocaram mais trabalhadores no desemprego no mês passado estão os "agricultores e pescadores de subsistência" e os "operários e trabalhadores similares da indústria extrativa e construção civil", com variações de 41,3 e 38,5 por cento, respectivamente. (...)
A coisa por aqui (e por aí, e por ali, e por acolá…) está preta.
Veja-se que o grande tema das páginas de economia, perdão, dos negócios é a saída de Portugal do euro! E com problemas formais curiosos como aquele do novo tratado (o de Lisboa) permitir que um Estado-membro deixe de ser membro da União Europeia mas não União Económica e Monetária, isto é do euro e Banco Central Europeu.
Ao que isto chegou! E assim, de um momento para o outro.
O PR, com aquela sua fluência e riqueza conceptual a que nos habituou, já veio falar de (avisando sobre) especuladores, depois de ter afirmado a pés juntos que a nossa situação nada tinha a ver com a da Grécia quando se estava mesmo a ver que tinha tudo a ver.
E um secretário de Estado (do orçamento) disse de microfone aberto, sem papas na língua nem contenção nas imagens, que “se olharmos para esta situação como aquela actividade predadora das aves de rapina ou de animais ferozes que vão à caça, é claro que, quando é eliminada uma das presas, o apetite dos mercados não desaparece, há mais tentações para atingir outro país".
Estava a falar - estamos a falar! - de (e a misturar o) quê?
“Uma das presas” eliminada será a Grécia, as “aves de rapina ou animais ferozes que vão à caça”, em “actividade predadora” serão os especuladores com “o apetite (voraz, insaciável) dos mercados”, as“tentações” (das aves de rapina ou animais ferozes) para “atingir outro país” dirigem-se a Portugal. Certo? Ele lá sabe do que, e como, fala!
E a retoma?, e os trabalhadores?, e o povo?
Resta assistir, distraidamente (com o futebol, o fado e o rock-and-roll), enquanto nos vão entrando no País, em casa, nos bolsos? Enquanto o encarreirado novo vice-presidente do do BCE, um português (que honra!...),recomenda a maior cautela na acção fiscal sobre os bancos, onde, ao que parece, não se deve tocar nem com uma flor.
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