Proliferam como cogumelos, por esse país fora as acções de caridade:
Ligadas a IPSS, a autarquias locais, a misericórdias, a instituições religiosas; é no Natal, na Páscoa (festividades religiosas) e em vésperas de eleições que mais ouvimos falar delas.
As televisões, rádios e os jornais são incansáveis em apelar à generosidade de cada um. São reportagens em directo das quantidades angariadas, dos meios envolvidos, dos “voluntários” dedicados à causa. São entrevistas humilhantes aos que vão comer uma sopa e levantar um cobertor para continuarem a dormir num canto qualquer.
Não esquece, a comunicação social, de referir o “importante“ contributo da empresa A, B ou C, omitindo que, por vezes, essas mesmas empresas acabaram de despedir 200,300 ou 400 trabalhadores que foram engrossar a massa de pobres deste país.
Será que os desempregados, os famintos, os pobres só precisam de comer e vestir em épocas festivas?
Em vésperas de eleições é ver carrinhas e carros de juntas de freguesia e câmaras distribuindo sacos de arroz, bolachas e leite – não aos que precisam mas a quem lhes continua a garantir o voto.
É ao Estado que cabe o papel de garantir a distribuição da riqueza criada neste país e garantir o mínimo para que cada um tenha uma vida digna e não os pobres a alimentarem-se uns aos outros.