Há conversa com uns amigos esta manhã bem cedinho, onde as ideias saem fresquinhas, embora algumas já com teias de aranha, mas por enquanto ainda na cabecinha de muita gente.
Dizia um; - Há gente que não quer trabalhar, passam o dia sem fazer nenhum e um gajo a trabalhar a vida inteira e quando precisa de algo a primeira coisa que dizem “há pois sabe mas você não tem direito a isso”.
O outro abanava a cabeça em sinal de concordância.
Sorte a minha que sendo o único a contrariar estas posições, não me encontrava sozinho naquela roda…este tipo de paleio já tem pouca audiência…
Então argumentei:
Porque temos nós raia miúda de nos criticar uns aos outros todo o tempo e com isto deixamos os culpados isentos de critica? - “São estes que comem tudo e não deixam nada”, ou apenas os restos para que nos mantenhamos a mexer o necessário para trabalhar.
Já é sabido há muitos anos que a tecnologia apenas está ao serviço de alguns, esta substitui-nos no trabalho e ainda bem, mas não nos substitui nas contribuições: impostos, compra de bens essênciais. Que se registe que sou a favor da tecnologia e que esta nos substitua cada vez mais nos trabalhos pesados, mas a mais valia deve ser para nós todos. Para que venha a tornar-se realidade temos que intervir, lutar e sensibilizar e não nos deixarmos levar pela cantilena do costume.
Haverá quem perca alguma coisa outros há que perdem tudo mas o objectivo é que a maioria se liberte para poder construir uma sociedade sem exploração do homem pelo homem.
A crise somos nós que a pagamos mas são os causadores desta que saem beneficiados.
Bancos, seguradoras, laboratórios e farmacêuticas, os grandes grupos privados, os nossos governantes (quer dizer, os governantes deles) à 35 anos a esta parte que sem pestanejar adiantam milhões aos que roubam e cometem fraudes atrás umas das outras.
E, como se não bastasse, de forma descarada, gozam connosco, os lucros apresentados em tempo de crise são astronómicos, com investimentos no estrangeiro à nossa custa e em prejuízo do país, ganham-no aqui mas vão investir e criar postos de trabalho onde lhes é mais rentável, e explorar a mão-de-obra barata e infantil. Lá se vai a bandeira...
Sinceramente, está na altura de aumentar o tom da voz, de nos juntarmos e mandar o sistema prás urtigas.
Não desistas de acreditar, os escravos também se libertaram, muitas revoluções já se fizeram e muitas mais se irão fazer, participa na luta porque a vitória será nossa.
Quem luta nem sempre ganha mas quem não luta perde sempre!
11 de Janeiro de 2010