Além!

Porque o silêncio é às vezes o caminho mais dificil, é preciso encontrar avenidas de tambores a rufar entre tantas mordaças, para construir a sempre inacabada e desejada felicidade, de viver sempre a juventude presente. Tempo de desejo é sempre tempo de Futuro.

9 de janeiro de 2010

" A OMS sai muito chamuscada desta situação"

O director do Centro de estudos de Medicina Baseada na Evidência acredita que o investimento na vacinação em grande escala não se justifica.

Não concorda com a vacinação em massa contra a gripe A e acredita que as decisões de comprar milhões de doses foram meramente "políticas"(...)

(...) «acho que esta doença não tem gravidade suficiente que justifique a vacina a vacinação maciça. Entendo que, como neste momento o impacto global da doença na população portuguesa, comparando com outras, não é tão importante como isso, então a despesa envolvida não se justifica. É só nesta altura que uso o argumento do dinheiro. Há quem calcule que o gasto [todos os custos com a doença] já ascende a 67 milhões de euros. Não é razoável.


Então os portugueses continuam a morrer tranquilamente de doenças cardiovasculares e estamos todos preocupados com a gripe?»




(...) «a OMS, na minha opinião, sai muito chamuscada desta situação. A posição da OMS é insustentável, errada.

O impacto desta doença é pequeno e os recursos são escassos. Então vou eleger como prioritário, como problema central da minha política, o problema da gripe?

Agora, quando todos os governos decidem comprar maciçamente vacinas é muito difícil que o Governo português não o faça também. A minha crítica é que isto vai provocar uma disrupção na comunidade, o que é inaceitável.»


(...) «As autoridades não foram capazes de desdramatizar a situação, entraram num comboio que não conseguiram parar e neste momento há problemas fascinantes como o da França - que encomendou 90 milhões de doses - e está a tentar desesperadamente colocar no mercado mundial 45 milhões de doses, porque só 50 por cento dos franceses se vão vacinar. Entraram por um caminho sem retorno.»

(Prof. António Vaz Carneiro, director do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, 
Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa)