Num país como Portugal, que ocupa um lugar cimeiro entre as nações com desequilíbrios de rendimentos mais chocantes, os grandes especuladores da bolsa ganharam, num só ano, mais de 5 mil milhões de euros de lucros líquidos!... Sem nada de útil produzirem; só com a compra e venda de interesses financeiros, com as privatizações e com os subsídios milionários que Sócrates oferece generosamente aos especuladores. Entretanto, a nível da acção governamental os ministros discutem até ao centavo os aumentos do salário mínimo, os subsídios de desemprego e os montantes das verbas orçamentais a investir no desenvolvimento real da economia. Reservam para a banca e para a Igreja os fundos europeus previstos para a modernização do aparelho económico. Para sobreviverem à crise, os bancos absorvem biliões. Quanto à Igreja, rezam as contas públicas, apenas no exercício de 2008, em nome do combate à pobreza, o Estado pagou às instituições católicas 90 milhões de euros... Essas mesmas instituições já recebiam dotações anuais, através do Orçamento do Estado, de mais de 1000 milhões de euros!