Além!

Porque o silêncio é às vezes o caminho mais dificil, é preciso encontrar avenidas de tambores a rufar entre tantas mordaças, para construir a sempre inacabada e desejada felicidade, de viver sempre a juventude presente. Tempo de desejo é sempre tempo de Futuro.

26 de janeiro de 2010

Os donos



Os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
O operário trabalha na fábrica, recebe daí um pequeno salário, que mal chega para o seu sustento e da sua família.
Para além de arrecadar a mais-valia  do operário, o dono da fábrica também é accionista do banco.
O banco”vende” ao operário o dinheiro para comprar uma casa e cobra-lhe uma percentagem – o lucro do banco.
Mas o operário, tem uns amigos pedreiros e carpinteiros, decide fazer a casa por conta própria – não é problema porque o dono da fábrica e do banco também tem uma empresa de cimento e de tijolos…
O dono do banco, porque é “amigo” do operário, concede-lhe o empréstimo mas o operário tem de fazer seguro de vida, multirriscos, de recheio, etc. Que por acaso as seguradoras também são dele.
E, como operário precisa de se alimentar e sustentar a sua família então, o seu patrão – dono da fábrica, dono do banco, das seguradores – também é o dono do hipermercado que fornece os géneros alimentares e outros, aos operários.
Mas o operário precisa deslocar-se para o trabalho – o patrão não tem nenhuma empresa de transportes mas, como é dono do banco e das seguradoras, “vende-lhe” mais dinheiro para comprar um carro a prestações e vende-lhe também os seguros inerentes.
Como é amigo de fazer bem – o patrão que é dono das fábricas, do banco, do hipermercado, das seguradoras e do stand de automóveis – coloca, junto ao hipermercado, uma bomba de gasolina para que os operários abasteçam as viaturas.
O patrão, “ amigo”, como tem coração de manteiga, quando o operário já estiver esgotado e começar a adoecer – não há qualquer problema, desde que pague, o operário também tem um lar á sua disposição que “por acaso” – o patrão que é dono das fábricas, do banco, das seguradoras, do stand de automóveis, do hipermercado, das bombas de combustível, também é accionista do lar e até é o seu presidente. (os restantes 80% são da igreja).
Quando o operário morrer, o patrão que – é dono das fábricas, do banco, das seguradoras, do hipermercado, das bombas de gasolina, do stand de automóveis e do lar, também tem uma agência funerária, lá estará o patrão para cobrar o funeral e até vende a campa aos familiares para que sintam que fizeram todas as honras ao seu ente querido. Se precisarem de flores ele também vende no seu hipermercado.
Como a família do operário ficou sem dinheiro para acabar de pagar as prestações, o banco do patrão accionou a penhora e foi buscar a casa…

“Os patrões são muito nossos amigos…”

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